Emannuel Macron anuncia semanas decisivas na luta contra terrorismo no Sahel

Niamey, Níger (PANA) – As  próximas semanas serão decisivas na luta contra o terrorismo no Sahel, afirmou no último fim de semana em Niamey o Presidente francês, Emmanuel Macron.

"Decidi vir inclinar-me diante dos restos mortais dos vossos soldados tombados a 10 de dezembro corrente para testemunhar o respeito que lhes devemos, exprimir a nossa solidariedade às suas famílias, às vossas forças armadas  e a toda a nação. Estamos com dores ao vosso lado, como vocês  estiveram quando nós perdemos 13 dos nossos soldados no Mali”, indicou o Presidente francês durante uma conferência de imprensa no termo da sua visita ao Níger.

"As próximas semanas são absolutamente decisivas no combate que nós levamos a cabo contra o terrorismo. Estamos numa fase desta guerra. Precisamos de (...) redefinir mais claramente os objetivos", aludiu Macron à próxima cimeira de Pau (sudoeste de França) a ocorrer 13 de janeiro próximo.

O estadista francês, ao lado do seu homólogo nigerino, Mahamadou Issoufou, veio a Niamey para se inclinar perante as sepulturas dos 71 soldados nigerinos mortos a 10 de dezembro corrente, em Inates (ao leste de Niamey) num ataque  terrorista perpetrado contra o seu quartel, a alguns quilómetros da fronteira com o Mali.

"É preciso definir de maneira muito mais clara os objetivos militares, políticos e de desenvolvimento para os próximos seis, 12, 18 meses”, sublinhou Emmanuel Macron.

"Não estou aqui para estigmatizar este ou aquele (país)”, respondeu o líder francês, quando interrogado sobre o seu discurso da véspera em Abidjan (Côte d’Ivoire).

"Eu vejo movimentos da oposição, grupos que denunciam a presença francesa como uma presença imperialista neocolonial (...). Eu vejo, em vários países, prosperarem, sem condenação política clara, sentimentos  anti-franceses. Eu não posso aceitar enviar os nossos soldados aos países onde este pedido ( de presença francesa) não seja claramente assumido”, prosseguiu.

Ao tomar a palavra durante esta conferência de imprensa, o Presidente nigerino Issoufou disse que “nós estamos determinados a continuar o combate até à vitória final. Nós tentamos reforçar as capacidades das nossas forças de segurança, as capacidades operacionais, as capacidades de informações aos níveis nacional e regional”.

Sublinhou que, para poder dominar o terrorismo no Sahel e na bacia do Lago Tchad, "será preciso reforçarmos as nossas alianças com França e outros países amigos."

Ele agredeceu ao Presidente francês por “tudo o que ele fez para mobilizar a opinião europeia face ao combate que nós estamos a levar a cabo aqui no Sahel”.

Frisou que alguns pensam que o que acontece no sul não diz respeito à Europa.

Se o terrorismo dominar o Sahel, advertiu,  não será no Sahel que os Europeus terão de fazer guerra contra o flagelo mas sim na Europa.

Os Europeus terão que guerrear no território europeu mais tarde, preveniu Issoufou, pa quem chegou a hora de mobilizar todas as forças mobilizáveis a fim de fazerem face ao "inimigo comum.”

-0- PANA SA/TBM/FK/DD 23dez2019