Agência Panafricana de Notícias

Eleições autárquicas iniciam-se no Níger

Niamey- Níger (PANA) -- As operações de voto para as eleições autárquicas iniciaram-se domingo em todo o território nacional do Níger onde os cidadãos devem eleger os seus representantes a nível das 265 comunas do país.
O Presidente da República, Mamadou Tandja, que lançou este escrutínio na assembleia de voto Nº1 da Câmara Municipal de Niamey, desejou que estas eleições decorressem em boas condições como as outras, nomeadamente o referendo constitucional organizado a 4 de Agosto de 2009 e as eleições legislativas de 20 de Outubro de 2009, boicotados pelos partidos da oposição.
"Queremos que estas eleições terminem normalmente como as outras e que, a partir de agora o Níger esteja em condições de fazer avançar a sua democracia", indicou à imprensa o Presidente da República.
Os presidentes das Instituições da República, os membros do Governo e os deputados presentes em Niamey cumpriram igualmente com o seu dever cívico em companhia do chefe de Estado nigerino.
Este escrutínio, novamente boicotado pela oposição e criticado pela comunidade internacional, permitirá renovar os conselheiros municipais cujo mandato expira a 31 de Dezembro próximo.
As forças de defesa e segurança votaram sábado para lhes permitir garantir, este domingo, o bom desenrolamento do escrutínio para o qual as assembleias de voto, abertas às 7 horas 30 minutos, serão fechadas às 18 horas.
Estas eleições realizam-se num clima político tenso, marcado por negociações entre o poder e a oposição iniciadas sob a égide do medianeiro da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), o general aposentado Abdoussalmia Aboubacar.
De facto, o Presidente Tandja, que devia deixar o poder a 22 de Dezembro de 2009, obteve, a 4 de Agosto último, na sequência dum referendo, uma prolongação para pelo menos três anos, do seu mandato que confortou a eleição, a 20 de Outubro de 2009, dos membros do Parlamento.
Estes obstáculos à democracia provocaram a suspensão do Níger da CEDEAO por violação dos textos comunitários sobre a democracia, bem como a suspensão, em Novembro último, da ajuda ao desenvolvimento da União Europeia (UE) que abriu "consultas" para um regresso à ordem constitucional.