Agência Panafricana de Notícias

Egípcios organizam maior manifestação da era pós-revolução

Cairo, Egito (PANA) – Milhares de manifestantes convergiram sexta-feira no emblemático
Largo Tahrir do Cairo para protestar contra o projeto de Constituição proposto pelo Conselho Militar no Egito, que dá enormes poderes aos militares, soube a PANA.

Dirigidos pelo movimento dos « Irmãos Muçulmanos », outros grupos islamitas e várias forças políticas revolucionárias no Egito, os manifestantes pronunciaram slogans contra os dirigentes interinos do país, denunciando o projeto de Constituição.

A manifestação de Tahrir, a maior organizada no Egito nos últimos meses, e a maior contra o Conselho Militar desde a revolução que destituiu, a 25 de janeiro passado, o regime do Presidente Hosni Mubarak, registou a ausência das forças mais liberais e mais à esquerda, apesar de que também desejam ver os poderes do Exército reduzidos no período pós-revolucionário no Egito.

Os grupos islamitas, entre os quais Al-Jamaa Al-Islamiya e os Salafistas estão por detrás dos apelos lançados sexta-feira para a manifestação.

Acreditando que vão vencer as eleições legislativas do país que deverão começar a 28 de novembro, eles desejam ver os representantes democraticamente eleitos do povo redigir a nova Constituição do país, sem impor nenhum princípio anticontitucional.

Os manifestantes, principalmente islamitas, reuniram-se sexta-feira em Alexandrie, a segunda cidade do país, e em várias outras províncias e exortaram o Conselho Militar no poder interino a mudar de política.

Os manifestantes, que ainda não decidiram se vão efetuar marchas, apelam igualmente para uma transferência rápida do poder a um Governo civil e um Presidente democraticamente eleito no Egito.

O Conselho Militar fixou a data de 28 de novembro corrente para o início das eleições legislativas no país.

O Parlamento será convocado em março de 2012 para eleger um painel encarregue da redação duma nova Constituição em seis meses e para a organização dum referendo.

As presidenciais, segundo o Conselho Militar, devem ter lugar o mais tardar 60 dias após o referendo.

O calendário proposto pelo Conselho Militar vai privar o Egito de Presidente eleito até ao fim de 2012, ou início de 2013, enquanto as forças revolucionárias desejam que um Presidente seja eleito até à Primavera de 2012.

-0- PANA MI/BOS/ASA/TBM/SOC/MAR/IZ 18nov2011