Agência Panafricana de Notícias

Egípcios manifestam-se exigindo julgamento imediato de dignitários do regime de Moubarak

Cairo, Egipto (PANA) – Milhares de Egípcios invadiram sexta-feira as ruas do Cairo, cidade capital do país, de Alexandria (noroeste), de Suez (nordeste), bem como várias cidades em todo o país para exigir o julgamento imediato de altos dignitários do regime destituído (a 11 de fevereiro último) do ex-Presidente Hosni Moubarak, entre os quais o seu ministro do Interior, Habib Al-Adly e todos os responsáveis pelo massacre de centenas de manifestantes durante a revolução de 25 de janeiro.

Centenas de manifestantes protestaram igualmente diante do hospital de Sharm Al-Sheikh (leste)n em Sinai, onde Moubarak está em prisão domiciliária.

Eles reclamam por um processo expedito em agosto para Moubarak acusado de massacre de manifestantes durante a revolução de janeiro e de corrupção.

Os manifestantes, reunidos no Largo Simbólico de Tahrir, no Cairo, exigiram igualmente a idemnização imediata de milhares de feridos durante a revolução de janeiro.

Forças políticas e coligações de jovens, entre as quais os mais influentes "Irmãos Muçulmanos", o partido Al-Wafd, Al-Ghadd e o movimento de 6 de abril, participaram nesta manifestação monstruosa.

Unidades do Exército e da Polícia cercaram os manifestantes que garantiram a sua própria segurança e detiveram um grupo de elementos infiltrados e bandidos fiéis ao regime de Moubarak.


Os manifestantes protegeram igualmente o Museu do Egipto em pleno Cairo e formaram uma cordão para proteger o ministério do Interior de eventuais ataques.

A manifestação foi globalmente pacífica, no entanto não houve consenso no seio dos diversos grupos sobre a questão da organização de um comício no Largo de Tahrir ou noutro lugar.

Os manifestantes exigiram igualmente o despedimento de alguns ministros chaves fiéis ao antigo partido no poder e reformas económicas orientadas para a justiça social.

Esta manifestação é a maior no Egipto desde a "de sexta-feira de purificação" de 8 de abril que levou à abertura do julgamento do antigo Presidente e dos seus filhos, Gamal e Alaa.

O Conselho Supremo das Forças Armadas, que protegeu a revolução desde o primeiro dia, prometeu levar o país a uma administração civil democraticamente eleita antes do fim do ano.

-0- PANA MI/BOS/ASA/TBM/SOC/CJB/DD 09jul2011