PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Economia cabo-verdiana resiste à crise económica global
Praia- Cabo Verde (PANA) -- A economia de Cabo Verde "resistiu bem" à crise económica global, graças a uma gestão económica prudente e aos fortes fundamentos que permitiram taxas de crescimento "sólidas", segundo o mais recente relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado em Dezembro passado.
Na análise feita à evolução económica de Cabo Verde, ao abrigo do Instrumento de Apoio a Políticas (PSI), aprovado em Julho de 2006 e prolongado por um ano em Junho passado, o FMI considerou que a crise financeira global teve pouco impacto no sector financeiro em Cabo Verde e que, apesar de um ligeiro recuo, "as reservas internacionais continuam adequadas".
De acordo com director adjunto do FMI, Murilo Portugal, Cabo Verde, para além de ter mantido um crescimento sólido, registou uma inflação em níveis baixos e um recuo da dívida interna.
Para o FMI, Cabo Verde tem actualmente espaço para baixar gradualmente as taxas de juro e deve empenhar-se no desenvolvimento do mercado financeiro doméstico.
Relativamente a este último ponto, importa salientar que o Banco de Cabo Verde (BCV) decidiu, no final de 2009, reduzir a taxa de juro de referência do Banco Central em 100 pontos base, ou seja, 1 ponto percentual, com efeitos a partir de 4 de Janeiro de 2010.
De acordo com uma fonte do Conselho da Administração do BCV, esta redução vai no sentido de se imprimir uma maior eficácia à política monetária e, ao mesmo tempo, dinamizar o mercado, tendo sempre em vista garantir a estabilidade cambial do arquipélago.
“Para tal decisão levou-se também em conta a evolução das taxas de juro internacionais, nomeadamente na zona euro”, sublinha a fonte.
Por sua vez, o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) considerou, no ano findo, Cabo Verde como exemplo dos benefícios da boa governação para o desenvolvimento de um país, pelo sucesso que o arquipélago vem obtendo na redução da pobreza e no cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM).
"Cabo Verde é um dos países membros (do BAD) de que se pode dizer ter alcançado sucessos económicos e sociais notáveis desde 1996", referiu o BAD.
O banco salientou que a taxa de pobreza em Cabo Verde caiu de 37 por cento entre 2001 e 2002 para 27 por cento em 2007, e que o país "está em linha para alcançar os ODM das Nações Unidas, em 2015, um dos poucos em África a conseguí-lo".
Segundo o BAD, os principais factores de sucesso de Cabo Verde são a existência de uma visão patente na estratégia de transformação económica, uma boa governação e um normal funcionamento das instituições democráticas, bem a estabilidade macroeconómica, o forte crescimento, a utilização "prudente e racional" dos recursos e a "apropriação do processo de desenvolvimento".
No relatório divulgado em Dakar (Senegal), por ocasião da sua Assembleia Anual realizada de 10 a 14 de Maio de 2009, o BAD reconheceu também que a economia cabo-verdiana iria abrandar no ano passado, passado de 6,1 por cento em 2008, para 3,6 por cento no ano findo.
Contudo, o BAD confirmou as expectativas do Governo cabo-verdiano, segundo as quais a economia do arquipélago irá conhecer uma retoma a partir de 2010, devendo crescer num intervalo de 4 a 5 por cento.
Em 2009, Cabo Verde foi considerado pelo instituto americano de pesquisa "Heritage Foundation" e pelo "Wall Street Journal" como o primeiro país da África Ocidental e o sétimo da África Subsariana economicamente mais livre.
O arquipélago, que no cômputo geral ocupa a 77ª posição, conseguiu no ano passado 61,3 pontos, mais 3,4 do que na anterior classificação.
Os critérios observados pelas duas organizações para elaborar o índice em 157 países são as liberdades de negócio, de comércio, fiscal, monetária, financeira, no trabalho, o respeito pelo direito à propriedade e a luta contra a corrupção.
Em todos os critérios Cabo Verde recebeu boas notas, posicionando-se logo a seguir à Itália, que ocupa o 76º lugar, e à frente da Macedónia, da Grécia, da Polónia, de Montenegro, do Egipto, da Tunísia, de Marrocos, do Brasil, da Argélia, da Croácia e da Moldávia.
No ano passado Cabo Verde continuou a receber importantes apoios dos seus parceiro bilaterais, como Portugal (500 milhões de euros), Luxemburgo (51 milhões de euros) e a União Europeia (51 milhões de euros).
O arquipélago recebeu a notícia, quase no final do ano findo, de que foi o único país do Mundo até agora eleito para concorrer a um segundo pacto de financiamento do programa Millenium Challenge Account (MCA) do Governo americano.
Esta decisão inédita da administração do MCA levou em consideração o êxito de Cabo Verde com o financiamento obtido no âmbito do primeiro pacote (110 milhões de dólares americanos) e que permitiu ao arquipélago a concretização de vários projectos na área da infraestruturação (estradas, pontes, portos), modernização da agricultura e formação de recursos humanos.
Tudo leva a crer que este segundo pacote de financiamento, que se prevê venha a envolver montantes entre os 300 a 400 milhões de dólares americanos, dará um contributo maior no processo de desenvolvimento de Cabo Verde.
Na análise feita à evolução económica de Cabo Verde, ao abrigo do Instrumento de Apoio a Políticas (PSI), aprovado em Julho de 2006 e prolongado por um ano em Junho passado, o FMI considerou que a crise financeira global teve pouco impacto no sector financeiro em Cabo Verde e que, apesar de um ligeiro recuo, "as reservas internacionais continuam adequadas".
De acordo com director adjunto do FMI, Murilo Portugal, Cabo Verde, para além de ter mantido um crescimento sólido, registou uma inflação em níveis baixos e um recuo da dívida interna.
Para o FMI, Cabo Verde tem actualmente espaço para baixar gradualmente as taxas de juro e deve empenhar-se no desenvolvimento do mercado financeiro doméstico.
Relativamente a este último ponto, importa salientar que o Banco de Cabo Verde (BCV) decidiu, no final de 2009, reduzir a taxa de juro de referência do Banco Central em 100 pontos base, ou seja, 1 ponto percentual, com efeitos a partir de 4 de Janeiro de 2010.
De acordo com uma fonte do Conselho da Administração do BCV, esta redução vai no sentido de se imprimir uma maior eficácia à política monetária e, ao mesmo tempo, dinamizar o mercado, tendo sempre em vista garantir a estabilidade cambial do arquipélago.
“Para tal decisão levou-se também em conta a evolução das taxas de juro internacionais, nomeadamente na zona euro”, sublinha a fonte.
Por sua vez, o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) considerou, no ano findo, Cabo Verde como exemplo dos benefícios da boa governação para o desenvolvimento de um país, pelo sucesso que o arquipélago vem obtendo na redução da pobreza e no cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM).
"Cabo Verde é um dos países membros (do BAD) de que se pode dizer ter alcançado sucessos económicos e sociais notáveis desde 1996", referiu o BAD.
O banco salientou que a taxa de pobreza em Cabo Verde caiu de 37 por cento entre 2001 e 2002 para 27 por cento em 2007, e que o país "está em linha para alcançar os ODM das Nações Unidas, em 2015, um dos poucos em África a conseguí-lo".
Segundo o BAD, os principais factores de sucesso de Cabo Verde são a existência de uma visão patente na estratégia de transformação económica, uma boa governação e um normal funcionamento das instituições democráticas, bem a estabilidade macroeconómica, o forte crescimento, a utilização "prudente e racional" dos recursos e a "apropriação do processo de desenvolvimento".
No relatório divulgado em Dakar (Senegal), por ocasião da sua Assembleia Anual realizada de 10 a 14 de Maio de 2009, o BAD reconheceu também que a economia cabo-verdiana iria abrandar no ano passado, passado de 6,1 por cento em 2008, para 3,6 por cento no ano findo.
Contudo, o BAD confirmou as expectativas do Governo cabo-verdiano, segundo as quais a economia do arquipélago irá conhecer uma retoma a partir de 2010, devendo crescer num intervalo de 4 a 5 por cento.
Em 2009, Cabo Verde foi considerado pelo instituto americano de pesquisa "Heritage Foundation" e pelo "Wall Street Journal" como o primeiro país da África Ocidental e o sétimo da África Subsariana economicamente mais livre.
O arquipélago, que no cômputo geral ocupa a 77ª posição, conseguiu no ano passado 61,3 pontos, mais 3,4 do que na anterior classificação.
Os critérios observados pelas duas organizações para elaborar o índice em 157 países são as liberdades de negócio, de comércio, fiscal, monetária, financeira, no trabalho, o respeito pelo direito à propriedade e a luta contra a corrupção.
Em todos os critérios Cabo Verde recebeu boas notas, posicionando-se logo a seguir à Itália, que ocupa o 76º lugar, e à frente da Macedónia, da Grécia, da Polónia, de Montenegro, do Egipto, da Tunísia, de Marrocos, do Brasil, da Argélia, da Croácia e da Moldávia.
No ano passado Cabo Verde continuou a receber importantes apoios dos seus parceiro bilaterais, como Portugal (500 milhões de euros), Luxemburgo (51 milhões de euros) e a União Europeia (51 milhões de euros).
O arquipélago recebeu a notícia, quase no final do ano findo, de que foi o único país do Mundo até agora eleito para concorrer a um segundo pacto de financiamento do programa Millenium Challenge Account (MCA) do Governo americano.
Esta decisão inédita da administração do MCA levou em consideração o êxito de Cabo Verde com o financiamento obtido no âmbito do primeiro pacote (110 milhões de dólares americanos) e que permitiu ao arquipélago a concretização de vários projectos na área da infraestruturação (estradas, pontes, portos), modernização da agricultura e formação de recursos humanos.
Tudo leva a crer que este segundo pacote de financiamento, que se prevê venha a envolver montantes entre os 300 a 400 milhões de dólares americanos, dará um contributo maior no processo de desenvolvimento de Cabo Verde.