Agência Panafricana de Notícias

Economia africana regista ligeiro crescimento em 2025, diz relatório

Cotonou, Benin (PANA) - O crescimento da economia africana registou em 2025 uma ligeira alta, segundo um relatório económico sobre África publicado pela Comissão Económica para África (CEA).

“Após ter atingido um teto de 2.5 por cento em 2023, o crescimento de África deveria situar-se em 2,9 por cento em 2024 e subir a 3,9 por cento antes de chegar a 4.1 por cento em 2026”, lê-se neste documento publicado à margem da 57.ª  Conferência dos Ministros das Finanças, Planeamento e Desenvolvimento Económico (Com2025) finda terça-feira última em Addis Abeba, na Etiópia.

De acordo com o mesmo documento, esta alta deve-se principalmente a um crescimento mais forte do consumo privado resultante da atenuação das pressões inflacionistas que reforça o poder de compta dos lares.

A melhoria dos desempenhos comerciais e o abrandamento progressivo das condições financeiras mundiais para isto também contribuíram, mas o crescimento das economias com forte intensidade de recursos deverá ser moderada devido à baixa dos preços de produtos de base que reflete a melhoria das condições de abastecimento, principalmente para produtos energéticos e alimentares, a despeito da agravação das tensões geopolíticas, lê-se no relatório.

É preciso esperar que o crescimento de África ultrapasse o crescimento do Produto Internano Bruto (PIB) mundial médio, que deverá estabilizar-se em 2,8 por cento entre 2024 e 2026, principalmente sob efeito da baixa das taxas de inflação, porque o abrandamento a ele associado apoia a atividade económica quer nas economias desenvolividas quer nas economias em desenvolvimento, diz a mesma fonte.

Todavia, o crescimento a curto e médio prazos do continente pode esbarrar com riscos económicos mundiais, com condições meteorológicas desfavoráveis, com tensões geopolíticas perturbadoras de cadeias de abastecimento e com custos de transporte elevados, suscetíveis de subir os preços dos produtos de base e de géneros alimentícios.

Embora o crescimento de África reparta para a alta, ele fica aquém daquilo de se precisa para se  atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável, indica o relatório que deplora igualmente diferenças substanciais de um país e duma sub-região de África para outra, sendo que nove dos 20 países com crescimento mais ráprido do mundo encontram-se em África.

 

A nível continental, as trajetórias de crescimento continuam a divergir, porque os países com forte intensidade de recursos, em particular combustíveis, evoluem a um ritmo notavelmente mais lento que os países com fraca intensidade de recursos, sublinha o relatório.

Segundo a fonte, esta divergência revela, em parte, a gestão menos boa dos recursos naturais de numerosas economias com forte intensidade de recursos.

Disto resultam, segundo autores do mesmo relatório, uma ausência de diversificação da economia, uma erosão da marge de manobras orçamentais e a impossibilidade para os países africanos de empreenderem polticas orçamentais anticíclicas quando necessário.

Além disso, a fraca governação e o cambiente de negócios que prevalecem sobretudo nops países exportadores de recursos, desencoragam investidores de qualidade e, consequentemente, a transfer^wencia de tecnologias e competências necessárias, lamento o relatório.

Lançado à margem da Com2025, o relatório económico sobre África 2025 analisa a implementação da Zona de Libre Comércio no Continente Africano (ZLECA), evidenciando os seus desafios e o seu papel potencial na transformação económica de África.

A ZLECA pode contribuir para a resolução dos problemas chaves, como a insegurança energética e alimentar, estimulando o comércio intra-africano e encorajando a adoção das energias renováveis,

O acordo poderá igualmente favorecer a industrialização, a integração nas cadeias de valor mundiais e o desenvolvimento do comércio digital, segundo o mesmo documento.

-0- PANA IT/IS/SOC/DD 19março2025