Agência Panafricana de Notícias

Dois somalís abatidos na fronteira egípcio-israelita

Cidade do Cairo- Egipto (PANA) -- Dois refugiados somalís foram abatidos quinta-feira de manhã por guardas fronteira egípcios, segundo um refugiado somalí residente no Cairo.
, ou seja o terceiro incidente do género em menos de duas semanas na fronteira entre o Egipto e Israel.
Segundo o regugiado somalí, as pessoas mortas, que tentavam entrar clandestinamente em Israel, não teriam acatado ordens da Polícia egípcia que lhes diziam para parar.
A polícia disparou contra eles antes de eles terem entrado no Estado judeu.
Pelo menos seis pessoas foram fuziladas na fronteira israelita desde Junho último.
"Eles iam atravessar a fronteira, mas eles não conseguiram fazê-lo pois a Polícia disparou contra eles", declarou Ali, um refugiado somalí que tentou passar pela fronteira no Outono último mas, com medo de ter o mesmo rumo que os seus companheiros, ele fez meia volta.
As forças de segurança egípcias já mataram cerca de 40 migrantes africanos desde Janeiro de 2008, segundo Human Rights Watch (Organização Não Governamental de defesa dos direitos humanos).
A maioria dos indivíduos que tentam passar pela fronteira provêm da Eritreia e do Sudão, mas um número crescente de cidadãos doutros países, como Somalís e Etíopes, tentam a travessia perigosa do canal de Sinai com vista a começar uma nova vida em Israel.
"É horrível o que aconteceu com estas pessoas, mas o Governo deve compreender o que se passa aqui neste país para nós os regugiados porque isto não é normal.
Não temos vida aqui no Egipto e numerosos são os que acreditam que Israel dá uma melhor possibilidade de iniciar uma nova vida", se queixou Ali.
Israel está a exercer pressão sobre o Egipto nestes últimos anos para pôr termo à passagem clandestina de pessoas e bens através da longa fronteira desértica.
O Egipto reagiu no ano passado desdobrando um dispositivo policial suplementar na região e aplicando a política, condenada pela HRW, do "tiro em vista" contra os refugiados.
Num relatório divulgado em 2008 pela HRW, a organização condenou o tratamento dos refugiados ao longo da fronteira pelo Governo egípcio, declarando que eles não "representavam quase uma ameaça" para as forças de segurança.
A organização sediada em Nova Iorque(Estados Unidos) instou o Governo egípcio a rever a política de "tiros em vista" contra os migrantes.