Dois peritos da OMS esperados em São Tomé e Príncipe para controlo da dengue
São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) – Dois peritos estrangeiros são esperados em São Tomé e Príncipe para ajudarem agentes de saúde são-tomenses a controlar o surto da dengue que já infetou 145 pessoas, desde 18 de abril último, soube a PANA de fonte oficial.
“Na próxima semana a Organização Mundial da Saúde (OMS) fará chegar ao país, um especialista em entomologia, que vai trabalhar ao lado do Ministério da Saúde, para trabalhar e intensificar ações de luta anti-vetorial contra o mosquito que transmite a dengue em São Tomé e Príncipe”, anunciou Annie Marie Ancie, representante do escritório da OMS no arquipélago.
Ancie, que entregou ao Governo são-tomense, testes rápidos de diagnóstico da doença, indicou, por outro lado, que chegará, na mesma semana, um outro especialista em comunicação de risco, que apoiara autoridades sanitárias do país na informação sobre esta patologia.
“A prevenção é a única maneira que vai permitir a São Tomé e Príncipe conseguir lutar contra esta doença", assegurou, alertando que se torna necessário lutar contra o vetor de forma intensa.
Afirmou igualmente que “é preciso fazer o saneamento nos quintais das pessoas e nas comunidades para se eliminar a presença das águas paradas ao nível urbano e periurbano.”
Por sua vez, o primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus, preconizou "uma prevenção precoce” pois, frisou, "ações preventivas têm maior vantagens em relação ao curativo."
Agradeceu o gesto dos parceiros bilateral, nomeadamente Portugal, e multilateral por terem fornecidos testes rápidos a fim de se rastrear a população em massa, no sentido de se avaliar a situação da doença.
Até 24 de maio de 2022, cumulativamente, 145 casos foram identificados e confirmados nos distritos sanitários de Água Grande (125), Mézôchi (12), Lobata (6), Cantagalo (1) e Região Autónoma do Príncipe (1).
Existem neste momento 42 doentes, incluindo três internados no Hospital Central de São Tomé, com zero casos graves.
A taxa de positividade é de 47,5 por cento com o sex-ratio masculino e feminino é de 0,93, e, durante a semana, foram registados 42 novos casos positivos no país.
Os três principais sinais clínicos são febre (95 por cento; 138), cefaleia (75 por cento; 108) e mialgia (54 por cento; 79), e, além disso, 103 pessoas foram declaradas curadas, segundo a fonte que disse que não houve óbitos.
Um total de 305 casos suspeitos foram testados no laboratório nacional de referência com 145 casos positivos.
A taxa de ataque de Água Grande é de longe a maior (14,9 por 10.000 habitantes) e as faixas etárias mais vulneráveis, segundo a taxa de ataque, são as dos 10 aos 19 anos (7,8), dos 20 aos 29 anos (7,9), dos 30 aos 39 anos (8,6), dos 40 aos 49 anos (6,1) e dos 50 aos 59 anos (9,2).
Dados do Ministério da Saúde indicam que os primeiros casos da doença foram diagnosticados em 2016, mais novos casos ressurgiram a 18 de abril último devido a chuvas intensas que se registam na ilha.
-0- PANA RMG/DD 26maio2022