Dois navios com pavilhão da Guiné-Conakry encalhados em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) – Dois navios de pesca industrial com pavilhão da Guiné-Conakry encalharam, na tarde de terça-feira, na localidade do Lazareto, na ilha cabo-verdiana de São Vicente, devido ao forte vento que afeta esta região do arquipélago, apurou a PANA de fonte autorizada.
Em declarações à imprensa, o vogal executivo do Instituto Marítimo e Portuário (IMP), Manuel Vicente, esclareceu que os dois navios, Ruitaifen 903 e Lian Run 35, pertencem à companhia Dalian Lian Run Pelagic Fisheries CO.
As duas embarcações encontravam-se ancoradas nas proximidades dos estaleiros navais da Cabnave, quando “os cabos que seguravam as embarcações partiram-se devido ao vento forte”, disse.
O vogal executivo do IMP acrescentou que um dos navios ficou à deriva e o outra, que se encontrava fundeado, levantou ferro para socorrer o primeiro que partiu os cabos, e "acabaram os dois por encalhar".
De acordo com Manuel Vicente, as operações para desencalhar os navios foram suspensas pouco depois devido à baixa-maré, para serem retomadas esta quarta-feira.
“Estão assentes no fundo, que acreditamos ser totalmente areia. Estando assentes no fundo e com a maré baixa, a probabilidade de se deslocarem mais para terra é remota, quase que improvável, por isso é que se aproveita amanhã, quando a maré estiver a subir, com os rebocadores consegue-se afastá-los para o largo (...), antes da maré subir totalmente”, indicou.
O responsável do IMP descarta para já qualquer perigo de rompimento e de poluição provocada pelas embarcações sinistradas.
Ainda não há também informações sobre quantas pessoas estão a bordo dos dois navios, uma vez que, durante as operações de resgate, na tarde de terça-feira, foram observadas dificuldades de comunicação entre a equipa de salvamento e a tripulação.
“Não se sabe qual a língua dominante a bordo”, pelo que, segundo Manuel Vicente, não houve possibilidades de estabelecer comunicação entre a terra e as embarcações.
“A informação que se obteve é que ninguém nessas embarcações consegue expressar-se em inglês, que é a língua de trabalho marítimo”, explicou.
A operação de desencalhe é retomada esta quarta-feira e deverá contar também com o apoio de um rebocador espanhol, que está ancorado no porto da cidade de Mindelo.
O IMP aponta para a abertura de um processo de averiguações “para apurar os factos e adotar medidas que possam ser eficazes na prevenção destas situações no futuro”, precisou.
-0- PANA CS/IZ 24julho2019