Divida pública de Cabo Verde atinge 146 por cento do seu PIB
Praia, Cabo Verde (PANA) - O estoque total da dívida pública do país, até agosto último, país, aumentou nove mil 421 milhões de escudos (85,1 milhões de euros), atingindo um volume equivalente a 146 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde, soube a PANA de fonte oficial na cidade da Praia.
Segundo dados revelados esta semana pelo Banco de Cabo Verde (BCV) , num relatório sobre a política monetária do BCV, citado pela imprensa local, o volume total da dívida do Governo central atingiu em agosto último os 264,2 mil milhões de escudos (dois mil 390 milhões de euros), influenciado pela forte quebra de receitas fiscais devido às restrições decorrentes da pandemia da covid-19.
Este volume inclui passivos do banco central junto do Fundo Monetário Internacional (FMI), que operacionalmente visam apoiar a execução do orçamento retificativo do Estado, bem como os Títulos Consolidados de Mobilização Financeira (TCMF) detidos pelo Instituto Nacional de Previdência Social e pelo Banco de Cabo Verde, além da dívida do Estado.
O BCV refere que, excluindo os TCMF, a dívida do Governo central tinha um peso de 125 por cento do PIB, no final de 2019, tendo aumentado para 140 por cento do PIB, em agosto último.
"A crise exacerbou as vulnerabilidades orçamentais e externas do país. O défice e a dívida do Estado (incluindo os TCMF e a dívida contraída pelas autoridades nacionais junto ao Fundo Monetário Internacional) atingiram em agosto de 2020, respetivamente, 3,5 e 146 por cento do PIB projetado para o ano em curso, o que compara aos valores de 1,8 e de 130,5 por cento do PIB de finais de 2019", reconhece o Banco Central.
O Governo cabo-verdiano tem vindo a recorrer ao endividamento interno e externo, para compensar quebras nas receitas, provocadas pela crise económica decorrente da pandemia da covid-19.
Globalmente, o BCV admite que a dívida do Governo central chegue aos 150 por cento do PIB, até ao final do ano.
Em agosto último, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças de Cabo Verde, Olavo Correia, disse que o Governo vai desenvolver uma intensa campanha diplomática e realizar um árduo trabalho para conseguir o perdão da dívida.
Depois da moratória dada pelo G-20 para o pagamento das dívidas, até ao final do ano, e da possibilidade de os países subdesenvolvidos verem as dívidas perdoadas, Olavo Correia considera fundamental o arquipélago ser também contemplado, para que possa prosseguir com os programas de investimento e desenvolvimento.
De acordo com o governante, a pandemia da covid-19 obrigou o Executivo a aumentar despesas com a saúde e programas sociais, numa altura em que se regista acentuada redução na arrecadação de receitas.
O Governo cabo-verdiano tem vindo a recorrer ao endividamento, interno e externo, para compensar as quebras nas receitas.
Globalmente, o BCV admite que a dívida do Governo central chegue aos 150 por cento do PIB até ao final do ano.
Devido à pandemia de covid-19, o Governo cabo-verdiano prevê, para 2020, uma recessão económica que poderá oscilar entre os 6,8 por cento e os 8,5 por cento e um défice das contas públicas de até 11,4 por cento do PIB.
A taxa de desemprego no país deverá duplicar-se até ao final do ano, chegando a quase 20 por cento, segundo os mesmos dados.
-0- PANA CS/DD 06nov2020