Agência Panafricana de Notícias

Disparos da Polícia fazem três feridos em São Tomé e Príncipe

São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - Três pessoas, incluindo uma criança, ficaram gravemente feridas por disparos feitos pela Polícia, segunda-feira, durante a apreensão de uma suposta mercadoria ilícita, na comunidade piscatória de Micolo, no norte de São Tomé e Príncipe.

Segundo pescadores locais, os feridos encontram-se hospitalizados.

A operação gerou alguma confusão e os agentes da ordem pública disparam tiros de armas de fogo que atingiram dois homens, um nos braços e outro nos pés, e igualmente uma criança, precisaram. 

A mercadoria em causa teria sido apreendida por populares durante o seu transbordo de uma embarcação avistada por volta das 05:00 horas locais.

A operação de apreensão teria iniciado seis horas depois, quando a mercadoria foi transportada em botes diferentes ate à praia, próxima ao monumento dos Mártires da Liberdade, em Fernão Dias.

Foram transportadas várias caixas de mercadorias de origem desconhecida, que um grupo de pessoas tentava alegadamente transportar para lugar incerto, apos o transbordo fracassado.

A revolta popular teria partido da relutância da Polícia em mostrar o produto aos autores da apreensão e o valor da recompensa que os contrabandistas teriam proposto aos populares. 

Para além, das inúmeras caixas, foram apreendidas três viaturas envolvidas na operação.

O transbordo da mercadoria foi abortado pelos pescadores que, durante a faina, intercetaram a operação no alto mar e comunicaram consequentemente aos populares em terra.

“Nos gostaríamos de saber o que está dentro das caixas, e apenas isto. Se quiséssemos que a carga passasse receberíamos o dinheiro que nos ofereceram”, reportou à PANA no local um dos pescadores envolvidos.

Micolo é uma comunidade que faz fronteira com zona de Fernão Dias, que abriga um cais antigo, onde os atuneiros europeus faziam transbordo do pessoal.

Trata-se de uma região pacata, mas reconhecida, no entanto, pela firmeza dos seus habitantes que lutam contra atos de bandidagem e extração dos recursos naturais locais como areia e madeira e pesca ilegal.

-0- PANA RMG/IZ 10agosto2020