PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Dirigentes africanos convidados a investir mais em pesquisas agrícolas
Yaoundé, Camarões (PANA) - Os participantes na 7 ª reunião da plataforma de parceria do Programa Detalhado de Desenvolvimento Agrícola em África (PDDAA) convidaram os líderes africanos consagrarem mais recursos à pesquisa agrícola para aumentar a produção e reduzir a pobreza e a fome.
"O continente tem uma grande potencialidade que não é totalmente explorada.Temos terras, mão de obra e um ambiente favorável. Tudo o que precisamos é aumentar o investimento na agricultura, na investigação agrícola e criar um ambiente favorável ", disse o diretor-geral do Fórum para a Investigação Agrícola em África (FARA), Monty Jones.
Ele declara que a agricultura continua a ser um dos melhores meios através dos quais as economias africanas poderão crescer e criar mais empregos para melhorar as condições de vida de quase 900 milhões de pessoas no continente.
Os participantes, vindos de toda a África e de outros continentes, foram unânimes sobre a necessidade de os líderes africanos tomarem medidas para resolver o problema da fuga de cérebros e estabelecer programas incitativos para os agricultores, cientistas e pesquisadores.
"A má governação priva o continente dos benefícos que poderiamos tirar da pesquisa. É preciso tomar consciência da urgência da necessidade de traduzir o pouco do que nos deram os nossos trabalhos de pesquisa numa realidade, a fim de podermos atingir a autossuficiência alimentar ", disse Sunday Uhiene, um outro especialista agrícola da Nigéria.
"Devemos inspirar-nos noutras regiões do mundo, onde a pesquisa foi usada para estimular o desenvolvimento", sugeriu.
Os participantes também ressaltaram a importância do investimento nas infraestruturas como estradas, hospitais, abastecimento de água, habitação e a tecnologia moderna.
Eles indicaram que vários estudos realizados por pesquisadores, cientistas e universidades, muitas vezes, não beneficiam os usuários finais, devido à falta de meios de comunicação e de transporte.
"Nós temos uma tecnologia credível, mas precisamos de uma intervenção radical para divulgar amplamente e, para tal, devemos criar infraestruturas. A insuficiência de infraestruturas dificulta o desenvolvimento em África", acrescentou Jones.
O PDDAA, uma iniciativa da Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD), foi criado em 2003 com base em quatro pilares para desenvolver a agricultura no continente.
O quarto pilar do PDDAA baseia-se na melhoria da pesquisa agropecuária, na divulgação e adoção da tecnologia.
Vinte e cinco países africanos assinaram o pato do PDDAA, dos quais 18 estão na fase dos planos de investimento, como etapa anterior à fase de execução.
Falando da promoção da participação dos atores não estatais no processo do PDDAA, Buba Khan de ActionAid (uma Organização Não Governamental, ONG), disse que o papel do setor privado, da sociedade civil, de ONG locais e internacionais assim como doadores de fundos podem desempenhar um papel na realização dos objetivos do desenvolvimento agrícola no continente.
"A agricultura pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento do continente. Enquanto operadores do setor privado, nós desempenhamos um papel fundamental. Os jovens estão de costas viradas para a agricultura por causa do baixo rendimento. Queremos concentrar-nos em cultivos rentáveis como o o cacau, a borracha e o óleo de palma. Uma fazenda de cacau, de cinco mil hectares, pode criar 10 mil empregos para jovens, mas a transparência é um grande problema ", acrescentou Khan.
Falando do emprego rural em África, dando ênfase aos jovens e mulheres, Beatrice Eyong do Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento das Mulheres (UNIFEM) disse que, sobre a questão da propriedade fundiária, o acesso ao financiamento e o reforço das capacidades, é necessário dar prioridade às mulheres.
"Devemos prestar uma atenção especial à questão da propriedade fundiária, há uma necessidade urgente de reformas para melhorar o acesso à terra dos jovens e das mulheres. Na maioria dos países, a questão da igualdade entre homens e mulheres não está inclusa na Política Nacional. Apesar das mulheres desempenharem um papel vital na produção e produtividade agrícola em África, a maioria delas não tem acesso à informação sobre os mercados nem aos mercados onde possam vender seus produtos e esse problema deve ser resolvido ", disse o chefe da UNIFEM.
De acordo com a Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO), na África Subsariana, as mulheres produzem até 80 por cento dos alimentos básicos. Além disso, elas fornecem cerca de 70 porcento de todo o trabalho agrícola, mas as políticas agrícolas ainda negligencia a questão do género.
-0- PANA SB/VAO /FJG/TBM/IBA/CCF/DD 25março2011
"O continente tem uma grande potencialidade que não é totalmente explorada.Temos terras, mão de obra e um ambiente favorável. Tudo o que precisamos é aumentar o investimento na agricultura, na investigação agrícola e criar um ambiente favorável ", disse o diretor-geral do Fórum para a Investigação Agrícola em África (FARA), Monty Jones.
Ele declara que a agricultura continua a ser um dos melhores meios através dos quais as economias africanas poderão crescer e criar mais empregos para melhorar as condições de vida de quase 900 milhões de pessoas no continente.
Os participantes, vindos de toda a África e de outros continentes, foram unânimes sobre a necessidade de os líderes africanos tomarem medidas para resolver o problema da fuga de cérebros e estabelecer programas incitativos para os agricultores, cientistas e pesquisadores.
"A má governação priva o continente dos benefícos que poderiamos tirar da pesquisa. É preciso tomar consciência da urgência da necessidade de traduzir o pouco do que nos deram os nossos trabalhos de pesquisa numa realidade, a fim de podermos atingir a autossuficiência alimentar ", disse Sunday Uhiene, um outro especialista agrícola da Nigéria.
"Devemos inspirar-nos noutras regiões do mundo, onde a pesquisa foi usada para estimular o desenvolvimento", sugeriu.
Os participantes também ressaltaram a importância do investimento nas infraestruturas como estradas, hospitais, abastecimento de água, habitação e a tecnologia moderna.
Eles indicaram que vários estudos realizados por pesquisadores, cientistas e universidades, muitas vezes, não beneficiam os usuários finais, devido à falta de meios de comunicação e de transporte.
"Nós temos uma tecnologia credível, mas precisamos de uma intervenção radical para divulgar amplamente e, para tal, devemos criar infraestruturas. A insuficiência de infraestruturas dificulta o desenvolvimento em África", acrescentou Jones.
O PDDAA, uma iniciativa da Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD), foi criado em 2003 com base em quatro pilares para desenvolver a agricultura no continente.
O quarto pilar do PDDAA baseia-se na melhoria da pesquisa agropecuária, na divulgação e adoção da tecnologia.
Vinte e cinco países africanos assinaram o pato do PDDAA, dos quais 18 estão na fase dos planos de investimento, como etapa anterior à fase de execução.
Falando da promoção da participação dos atores não estatais no processo do PDDAA, Buba Khan de ActionAid (uma Organização Não Governamental, ONG), disse que o papel do setor privado, da sociedade civil, de ONG locais e internacionais assim como doadores de fundos podem desempenhar um papel na realização dos objetivos do desenvolvimento agrícola no continente.
"A agricultura pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento do continente. Enquanto operadores do setor privado, nós desempenhamos um papel fundamental. Os jovens estão de costas viradas para a agricultura por causa do baixo rendimento. Queremos concentrar-nos em cultivos rentáveis como o o cacau, a borracha e o óleo de palma. Uma fazenda de cacau, de cinco mil hectares, pode criar 10 mil empregos para jovens, mas a transparência é um grande problema ", acrescentou Khan.
Falando do emprego rural em África, dando ênfase aos jovens e mulheres, Beatrice Eyong do Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento das Mulheres (UNIFEM) disse que, sobre a questão da propriedade fundiária, o acesso ao financiamento e o reforço das capacidades, é necessário dar prioridade às mulheres.
"Devemos prestar uma atenção especial à questão da propriedade fundiária, há uma necessidade urgente de reformas para melhorar o acesso à terra dos jovens e das mulheres. Na maioria dos países, a questão da igualdade entre homens e mulheres não está inclusa na Política Nacional. Apesar das mulheres desempenharem um papel vital na produção e produtividade agrícola em África, a maioria delas não tem acesso à informação sobre os mercados nem aos mercados onde possam vender seus produtos e esse problema deve ser resolvido ", disse o chefe da UNIFEM.
De acordo com a Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO), na África Subsariana, as mulheres produzem até 80 por cento dos alimentos básicos. Além disso, elas fornecem cerca de 70 porcento de todo o trabalho agrícola, mas as políticas agrícolas ainda negligencia a questão do género.
-0- PANA SB/VAO /FJG/TBM/IBA/CCF/DD 25março2011