Diretor de TV privada detido na Tunísia
Túnis, Tunísia (PANA) – O diretor da cadeia tunisina de televisão privada “El Hiwar Ettounsi”, Sami Fehri, e dois colaboradores seus foram detidos "por malversações financeiras", anunciou terça-feira à noite o Ministério Público tunisino.
Segundo o porta-voz do pólo judiciário e financeiro, Sofiane Selliti, estas detenções acontecem depois de uma queixa apresentada pelo Ministério das Finanças contra os três suspeitos, acusados de “branqueamento de dinheiro e violação das leis e procedimentos legais em vigor”.
O Ministério Público exigiu a detenção durante cindo dias de Sami Fehri, da administradora judiciária Iihem Tordjamn e do mandatário legal da cadeia para efeitos de investigação pela Brigada de Investigações Económicas e Financeiras, segundo a Agência Tunisina de Notícias (TAP).
A 29 de outubro, o Ministério Público já tinha emitido uma interdição de viagem contra o casal Fehri.
Aproveitando a sua proximidade ao poderoso genro do ex-Presidente Zine El Abidine Ben Ali, os suspeitos Belhassen Trabelsi e Sami Fehri conseguiram, sob o antigo regime, concluir, em benefício da sua empresa chamada “Cactus Prod”, contratos julgados “ilegais” com a Televisão Pública tunisina, causando a esta última prejuízos avaliados em mais de 22 milhões de dinares, ou sete milhões e 800 mil dólares americanos.
Várias outras personalidades estão a ser perseguidas pela Justiça desde 2011, naquilo que passou a ser chamado “o caso Cactus Prod”, incluindo o antigo ministro-conselheiro de Ben Ali, Abdelwahab Abdallah, e cinco antigos diretores-gerais da Televisão Pública.
Depois de detido numa primeira ocasião durante cerca de seis meses, estes últimos compareciam livremente, enquanto Belhassen Trabelsi, que se evadiu do Canadá e está atualmente em França, é julgado por contumácia.
O tribunal encarregado do caso adiou ultimamente a audiência para 06 de dezembro com vista a juntar ao processo o boletim de óbito do ex-Presidente Ben Ali que está igualmente implicado.
Aos 83 anos de idade, Ben Ali morreu no exílio, na Arábia Saudita, onde se refugiou em janeiro de 2011, depois da Revolução tunisina.
-0- PANA BB/JSG/MAR/IZ 06nov2019