Agência Panafricana de Notícias

Diplomatas estrangeiros instados a ser neutros no Níger

Niamey- Níger (PANA) -- O Presidente nigerino, Mamadou Tandja, lembrou esta quinta-feita, durante uma cerimónia solene de apresentação de votos do Ano Novo ao corpo diplomático, aos embaixadores e representantes das organizações internacionais acreditados no Níger o dever de reserva ao qual eles são submetidos.
Segundo ele, a comunidade diplomática participa na vida do país hóspede, e manifesta-se ao lado do povo nos momentos de alegria e de tristeza.
"Esta participação deve inscrever-se no quadro da sua função de representação e no respeito pela obrigação de reserva a que os membros estão igualmente submetidos", indicou o líder nigerino, sublinhando que nenhuma ambiguidade deve doravante continuar a rodear esta questão.
"Por isso, os que estimam ter razões de violar estes princípios e de se furtar continuamente às obrigações protocolares para com as Instituições que o povo se deu livremente, devem tirar sem tardar todas as consequências que se impõem", preveniu Tanja.
O chefe de Estado nigerino afirmou que o seu país está pronto para trabalhar, "como sempre, no quadro da amizade entre os povos, promover a cooperação com todos os países amantes da paz e justiça, mas fora de qualquer ingerência nos seus assuntos internos e no respeito pela sua soberania e dignidade do seu povo".
"Para nós, a nossa linha é a ditada pelo povo nigerino e é porque continuámos confiantes nele que, apesar de todas as provocações, de todas declarações subversivas e difamatórias veiculadas pela imprensa nacional e internacional, respondemos a esta expectativa do povo", acrescentou.
A crise nigerina nasceu da decisão do Presidente Tanja de organizar um referendo para pedir aos Nigerinos para se pronunicar sobre uma nova Constituição que permitiu prolongar o seu mandato para mais três anos.
Este referendo que plebiscitou a nova Constituição, segundo os resultados oficiais, suscitou vivas reacções por parte da oposição e da comunidade internacional, nomeadamente a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que suspendeu o Níger.