Agência Panafricana de Notícias

Diplomata líbio explica sentido da Djihad lançada contra Suíça

Lagos- Nigéria (PANA) -- O apelo do líder líbio, Muamar Kadafi, para uma Djihad (guerra santa) contra a Suíça não deve ser interpretado como uma instigação da violência e do terrorismo, declarou domingo o diplomata líbio , Abdulmajeed El Dursi.
Numa entrevista telefónica à PANA, El Dursi, actual presidente da Foreign Media Corporation of Libya (FMCL), indicou que o apelo do líder líbio para a a Djihad consistia fundamentalmente em pedir aos países islâmicos e árabes a boicotar a Suíça no plano económico, social, comercial e diplomático.
Este boicote, explicou, deve traduzir-se pela retirada pelos países árabes e muçulmanos dos seus investimentos na Suíça, pelo encerramento das suas contas nos bancos suíços, pelo corte das importações de produtos suíços bem como de todas as viagens para a Suíça, incluindo as turísticas.
O responsável da FMCL, uma instituição afecta ao Ministério líbio dos Negócios Estrangeiros, indicou que, no espírito de Kadafi, estes países deverão igualmente evitar os voos das companhias aéreas suíças e recusar aos cidadãos suíços a entrada nos seus territórios.
"A Djihad civil não tem nada a ver com a violência e o terrorismo", disse El Dursi, sublinhando que os que mal interpretaram este apelo "foram influenciado pelos terroristas que gostam de justificar os seus actos dizendo estar a levar a cabo uma Djihad".
O apelo de Kadafi para a Djihad foi lançado a 25 de Fevereiro em Benghazi, durante a celebração do aniversário do profeta Maomé.
O mesmo suscitou reacções de ira em todo o mundo da parte sobretudo dos dos que consideraram tratar-se dum apelo para a violência e o terrorismo contra a a Suíça.
El Dursi afirmou que Kadafi nunca faria declarações contrárias aos princípios do Islão, uma religião "fundamentalmente baseada na tolerância, na coexistência pacífica e na justiça".
Por outro lado, El Dursi criticou o Governo suíço por ter preparado uma lista de cidadãos líbios declarados persona non grata na Suiça, incluindo uma criança de três anos.
Para ele, trata-se de uma medida de "terrorismo contra a Líbia por parte de um país que durante muito tempo se considerou neutro".
As relações entre a Líbia e a Suíça deterioraram-se em 2008 quando um dos filhos de Kadafi, Hannibal, foi detido com a sua esposa num hotel de Genebra, a capital suíça, acusados de maltratar um membro do seu pessoal.
Apesar da sua libertação e do abandono do processo judicial, esta detenção ncontinua a suscitar até hoje uma série de reacções dos diferentes países, sobretudo árabes e islâmicos.