Agência Panafricana de Notícias

Diálogo entre Governo e islamitas avança na Mauritânia

Nouakchott- Mauritânia (PANA) -- "Passos importantes foram dadas" no quadro do diálogo entre o Governo mauritano e várias dezenas presumíveis detidos islamitas terroristas, membros da nebulosa rede de Al Qaeda do Magrebe Islâmico (AQMI), declarou domingo à noite o imame Mohamed Moctar Ould M'Balla, conselheiro na Presidência da República.
Este diálogo, iniciado a 18 de Janeiro último, permitiu "culminar" em resultados satisfatórios, aceites por todas as partes e que priorizam o interesse geral", indicou o alto responsável da Presidência, porta-voz dos delegados governamentais no quadro deste diálogo.
O debate entre as autoridades de Nouakchott, representadas por imames e especialistas das ciências islâmicas, e pelos presumíveis adeptos do Islão radical é uma essência religiosa.
Ele permite abordar "ideias e conceitos que exigem muitas meditações, correcções, com debates marcados pela apresentação de provas, relativamente às pretensões e aos argumentos de todas as partes".
Após uma semana de diálogo, cerca de 50 presumíveis reclusos terroristas afirmam rejeitar a violência e demarcar-se dos métodos de Al Qaeda.
No entanto, uma corrente de duros, líderado pelo emir Khadim Ould Seman, mostra a sua filiação na nebulosa rede terrorista e conta com o diálogo para levar "todos os fiéis" à tese da "guerra santa contra os infiéis" na Mauritânia e em toda parte no mundo.
Este grupo considera que o povo mauritano é constituído por fiéis, mas que os dirigentes e os seus aliados (incluindo alguns imames) pertencem à corrente dos "ímpios".
Estes islamitas são acusados de vários atentados terroristas que fizeram várias dezenas de vítimas militares e europeias entre 2005 e 2009.
Estas negociações estão a decorrer numa altura em que os aliados ocidentais do Governo mauritano, Espanha, França e Itália, tentam obter a libertação de reféns raptados na Mauritânia e detidos no norte do Mali há dois meses.