Agência Panafricana de Notícias

Dezena de mortos em atos de violência pós-eleitorais na Guiné Conakry

Conakry, Guiné-Conakry (PANA)  - O Governo guineense condenou, quarta-feira à noite, atos de  violência pós-eleitorais, desde segunda-feira última no país, devido à proclamação da pretensa vitória na primeira volta das eleições presidenciais do líder da União das Forças Democráticas da Guiné (UFDG), Mamadou Cellou Dalein Diallo, soube a PANA de fonte oficial em Conakry.

Num comunicado, assinado pelo ministro da Segurança e Proteção Civil, Albert Damanta Camara, lê-se  que estes fatos são agravados por várias perdas de vidas humanas.

Na sequência destes incidentes e destes confrontos, quatro corpos de vítimas de armas de fogo foram depositadas nas morgues do Hospital Donka e Ignace Deen, enquanto um morto por arma branca e dois outros por arma de fogo, de calibre 12, foram igualmente registados em Kissidougou (sul), segundo o mesmo documento.

Em Coyah igualmente, a cerca de 50 quilómetros da capital, um cidadão foi abatido com uma arma de calibre 12, um polícia morreu linchado em Bambéto e un outro apunhalado na Cimenteira, no alto subúrbio de Conakry, enquanto vários outros ficaram feridos em idênticas circunstâncias.

"Estes agentes, desprovidos de armas letais, faziam parte do dispositivo instalado para retirar  barricadas na estrada Le Prince e manter a ordem. A Direção Central da Polícia Judiciária  foi imediatamente informada sobre todas estas mortes e ordenou autópsias e abriu inquéritos. Numerosos cidadãos ficaram feridos e danos materiais importantes são de deplorar”, lamenta o Governo.

 

No entanto, vários vídeos a circularem nas redes sociais dão conta de uma dezena de mortos a tiros, nos bairros do alto subúrbio, considerados como bastiões da UFDG.

O Governo também denuncia múltiplas agressões perpetradas contra pacíficos cidadãos, bem como a instalação de barricadas, pneus queimados, troncos de árvores, entre outros, para impedirem os serviços de segurança de cumprirem as missões públicas de proteção de pessoas e bens.”

Em várias prefeituras do interior do país, incidentes foram assinalados entre militantes da UFDG e os de outras formações políticas, nomeadamente a Mobilização do Povo da Guiné (RPG, Arco-íris no poder).

O Governo denuncia e condena ataques visados contra inslalações privadas no interior do país, nos bairros do alto subúrbio de Conakry, bem como contra as sedes dos partidos da maioria presidencial e residências dos militantes destes partidos.

A residência privada do líder da UFDG,  que se autoproclamou Presidente eleito, em Dixinn, nos arredores da capital,  foi cercada por elementos das forças da ordem.

-0- PANA AC/JSG/FK/DD 22out2020