PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Detido presidente da Fundação Eduardo dos Santos em Angola
Luanda, Angola (PANA) - O presidente da Fundação Eduardo dos Santos (FESA), Ismael Diogo, foi detido sexta-feira, em Luanda, para interrogatório por suspeita de recebimento indevido de 20 milhões de dólares americabos desviados do Conselho Nacional de Carregadores (CNC).
O mandado de detenção deste homem da confiança de José Eudardo dos Santos, antigo Presidente de Angola (1979-2017), foi emitido pela Procuradoria Geral da República (PGR) depois de ele se ter recusado, várias vezes, a comparecer para ser ouvido.
Na sequência desse mandado de detenção, Ismael Diogo foi capturado e encaminhado para a cadeia, na capital angolana, numa altura em que, para além de se recusar a responder às várias notificações da PGR, "estava com os telefones e mudou de residência”.
Segundo a PGR, há indícios da prática dos crimes de burla por defraudação e corrupção ativa
por parte de Ismael Diogo, que se furtou "reiteradas vezes" a comparecer na Direção Nacional de Investigação e Ação Penal (DNIAP), que está a investigar sobre fraudes financeiras no CNC.
Os 20 milhões de dólares americanos teriam desaparecido do CNC, quando este órgão estava sob gestão do então ministro dos Transportes, Augusto Tomás, que também se encontra em prisão preventiva, em Luanda, por factos ligados à sua gestão.
No mandado de detenção que circulou nos grupos de WhatsApp, o procurador Vanderley Bento Mateus advertia a todos os cidadãos que "não devem proteger ou dar qualquer tipo de guarida ao arguido, sob pena de responsabilidade criminal nos termos da lei”.
Segundo alguns observadores, o debate sobre a origem dos fundos da FESA, fundada em 1996, é antigo, a começar pelas declarações de Ismael Diogo da Silva, em junho de 2000, quando rejeitou os rumores de que a FESA vive apenas de dotações do Orçamento do Estado.
Ismael Diogo disse então que as receitas vinham de um “conjunto de pessoas de boa vontade e de instituições que procuram trazer a mais valia para esta fundação".
"Em primeiro lugar, a FESA vive dos recursos dos seus membros da Assembleia Geral (37 no total) que são pessoas coletivas que colecionam valores e bens materiais para a Fundação”, indicou na altura em entrevista à televisão estatal angolana, TPA.
No entender da investigadora Ana Lúcia Sá, esta detenção é mais um sinal claro da luta contra a corrupção e impunidade travada por João Lourenço, o Presidente de Angola, uma vez que "há um crescendo de nomes sonantes entre as pessoas detidas".
Ana Sá considera que este é um sinal claro de que João Lourenço quer fazer um "corte com o passado", manifestando a sua convicção de que as detenções "não vão parar por aqui".
João Lourenço precisa de continuar a dar sinais de que é "de facto, diferente", sem perder de vista as eleições autárquicas angolanas de 2020, que vão ser um "teste muito forte ao atual Presidente e ao estado do seu partido, o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola)", indicou.
A detenção de Ismael da Silva foi a terceira na mesma semana, depois da de José Filomeno "Zenu" dos Santos, filho do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, e do seu sócio e amigo Jean-Claude Bastos de Morais.
Zenu dos Santos foi igualmente presidente do Fundo Soberano de Angola (FSDEA), enquanto Jean-Claude Bastos de Morais foi o principal gestor dos ativos desta instituição, criada em 2012 com uma dotação inicial de cinco biliões de dólares americanos das receitas do petróleo.
Os dois últimos estão a ser investigados no quadro de um processo-crime referente a alguns aspetos da gestão do Fundo Soberano que tem sido criticada pelo Governo como danosa.
Zenu está igualmente envolvido numa alegada burla de 500 milhões de dólares americanos contra o Estado angolano, em concluio com o antigo governador do Banco Nacional de Angola (BNA, central), Valter Filipe, e cujo processo já foi remetido ao Tribunal Supremo.
A Fundação José Eduardo dos Santos tem como patrono o ex-Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, que a criou em 1996 como instituição filantrópica apartidária, de caráter científico, cultural, social e sem fins lucrativos.
-0- PANA IZ 29set2018
O mandado de detenção deste homem da confiança de José Eudardo dos Santos, antigo Presidente de Angola (1979-2017), foi emitido pela Procuradoria Geral da República (PGR) depois de ele se ter recusado, várias vezes, a comparecer para ser ouvido.
Na sequência desse mandado de detenção, Ismael Diogo foi capturado e encaminhado para a cadeia, na capital angolana, numa altura em que, para além de se recusar a responder às várias notificações da PGR, "estava com os telefones e mudou de residência”.
Segundo a PGR, há indícios da prática dos crimes de burla por defraudação e corrupção ativa
por parte de Ismael Diogo, que se furtou "reiteradas vezes" a comparecer na Direção Nacional de Investigação e Ação Penal (DNIAP), que está a investigar sobre fraudes financeiras no CNC.
Os 20 milhões de dólares americanos teriam desaparecido do CNC, quando este órgão estava sob gestão do então ministro dos Transportes, Augusto Tomás, que também se encontra em prisão preventiva, em Luanda, por factos ligados à sua gestão.
No mandado de detenção que circulou nos grupos de WhatsApp, o procurador Vanderley Bento Mateus advertia a todos os cidadãos que "não devem proteger ou dar qualquer tipo de guarida ao arguido, sob pena de responsabilidade criminal nos termos da lei”.
Segundo alguns observadores, o debate sobre a origem dos fundos da FESA, fundada em 1996, é antigo, a começar pelas declarações de Ismael Diogo da Silva, em junho de 2000, quando rejeitou os rumores de que a FESA vive apenas de dotações do Orçamento do Estado.
Ismael Diogo disse então que as receitas vinham de um “conjunto de pessoas de boa vontade e de instituições que procuram trazer a mais valia para esta fundação".
"Em primeiro lugar, a FESA vive dos recursos dos seus membros da Assembleia Geral (37 no total) que são pessoas coletivas que colecionam valores e bens materiais para a Fundação”, indicou na altura em entrevista à televisão estatal angolana, TPA.
No entender da investigadora Ana Lúcia Sá, esta detenção é mais um sinal claro da luta contra a corrupção e impunidade travada por João Lourenço, o Presidente de Angola, uma vez que "há um crescendo de nomes sonantes entre as pessoas detidas".
Ana Sá considera que este é um sinal claro de que João Lourenço quer fazer um "corte com o passado", manifestando a sua convicção de que as detenções "não vão parar por aqui".
João Lourenço precisa de continuar a dar sinais de que é "de facto, diferente", sem perder de vista as eleições autárquicas angolanas de 2020, que vão ser um "teste muito forte ao atual Presidente e ao estado do seu partido, o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola)", indicou.
A detenção de Ismael da Silva foi a terceira na mesma semana, depois da de José Filomeno "Zenu" dos Santos, filho do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, e do seu sócio e amigo Jean-Claude Bastos de Morais.
Zenu dos Santos foi igualmente presidente do Fundo Soberano de Angola (FSDEA), enquanto Jean-Claude Bastos de Morais foi o principal gestor dos ativos desta instituição, criada em 2012 com uma dotação inicial de cinco biliões de dólares americanos das receitas do petróleo.
Os dois últimos estão a ser investigados no quadro de um processo-crime referente a alguns aspetos da gestão do Fundo Soberano que tem sido criticada pelo Governo como danosa.
Zenu está igualmente envolvido numa alegada burla de 500 milhões de dólares americanos contra o Estado angolano, em concluio com o antigo governador do Banco Nacional de Angola (BNA, central), Valter Filipe, e cujo processo já foi remetido ao Tribunal Supremo.
A Fundação José Eduardo dos Santos tem como patrono o ex-Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, que a criou em 1996 como instituição filantrópica apartidária, de caráter científico, cultural, social e sem fins lucrativos.
-0- PANA IZ 29set2018