Desginação de candidato único da oposição gera polémica no Togo
Lomé, Togo (PANA) – A designação do antigo primeiro-ministro Agbéyomé Kodjo, por uma parte da oposição togolesa, como o seu candidato único às eleições presidenciais de fevereiro de 2020 suscitou vivas polémicas no seio da classe política togolesa, constatou a PANA esta quinta-feira, em Lomé.
Proposto e desginado, no início da semana, sob a direção do arcebispo emérito de Lomé e decano dos bispos, Philippe Fanoko Kpodzro, Agbéyomé Kodjo, antigo presidente da Assembleia Nacional e ex-primeiro-ministro sob o regime do finado Presidente Eyadema Gnassingbé, é visto como de um passado triste.
Muitos lembram-lhe as suas ações que permitiram ao regime reprimir a oposição, pois Agbéyomé Kodjo foi ministro do Interior durante os massacres de Freau Jardin, em 1991, em que, vários togoleses foram mortos, na sequência das marchas organizadas para desejar “boas-vindas" a dois ministros membros da União Europeia (UE), em visita a Lomé, para se inteirar dos progressos democráticos no Togo.
Rejeitado pelo poder instituído, na sequência das revelações sobre o regime dos Gnassingbé com quem ele trabalhou, ele criou o OBTUS, depois o MPDD, esperando ser membro da oposição aonde ele fez vaivéns.
A Aliança Nacional para a Mudança (ANC), que não se reconhece no esquema de Kpodzro, rejeitou a proposta, alegando que tem o seu próprio candidato, na pessoa de Jean-Pierre Fabre, designado pelas instâncias do partido.
Muitos falam de manipulação e pedem para pôr termo a esta história de Agbéyomé Kodjo que não pode ser um candidato credível para a oposição.
Mas, o ex-primeiro-ministro quer impor-se como um "mobilizador" dos partidos da oposição e prefere apoiar-se nos jovens para “realizar com êxito a alternância”, durante o escrutínio presidencial de fevereiro próximo.
A polémica aumenta nas redes sociais onde Abéyomé Kodjo é apresentado com "uma pílula que não pode curar o mal da oposição".
As eleições presidenciais estão marcadas para 22 de fevereiro próximo, no Togo, e o depósito de candidaturas iniciou-se desde 27 de dezembro último para terminar a 8 de janeiro corrente, lembre-se.
Quinze candidatos já se pronunciaram e aguardam pela sua oficialização junto da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) e do Tribunal Constitucional
-0- PANA FAA/JSG/FK/IZ 02jan2020