Agência Panafricana de Notícias

Desertificação afeta 70 porcento da atividade económica em África, deplora UA

Addis Abeba, Ethiópia (PANA) – O fenómeno da desertificação afeita 70 porcento da atividade económica em África, deplorou esta segunda-feira, em Addis Abeba, o presidente da Comissão da União Africana (CUA), Jean Ping.

«Em África, o fenómeno da desertificação afeta 43 porcento das terras produtivas, ou seja 70 porcento da atividade económica e 40 porcento da população do continente », declarou Ping no quadro duma reunião ministerial africana preparatória para Rio+20 (Brasil) destinada a definir a posição comun do continente africano no quadro desta conferência internacional.

«A situação das florestas da Bacia do Congo continua inquietante, por falta de compromissos suficientes da comunidade internacional. A biodiversidade no nosso continente não cessa de se reduzir. Quanto à desertificação, ela permanece uma ameaça real para o continente com os seus corolários, nomeadamente a seca e a erosão que ganham cada vez mais terrenos», deplorou.

Além disso, acrescentou, os perigos ligados à degradação do ambiente, nomeadamente a mudança climatica, o empobrecimento da diversidade biológica, a seca e a desertificação, afetam os recursos do continente e agudizam de maneira particular os problemas da água.

Segundo documentos de base do encontro, as florestas são particularamente importantes para África. Elas produzem importantes toras e produtos florestais não madeireiros, dando assim um apoio ao mesmo tempo às coletividades locais e ao comercío nacional e internacional.

Por outro lado, elas constituem importantes fontes de servicos de ecossistemas, tais como a regulação do clima, o sequestro do carbono, a proteção das bacias e o habitat das espécies donde provêm a carne de mato e possiblidades turísticas. As matas contribuem numa grande medida para o Produto Interno Bruto (PIB) do continente, de acordo com os dados.

Por esse motivo, lê-se nos mesmos documentos, a taxa de seis porcento é sempre citada para a assembleia de África Subsariana, mas essas cifras não têm em conta as diferenças entre os países tropicais e outros.

No comercío dos produtos lenhosos, entre cinco e 13 porcento do PIB nos países com florestas, nomeadamente os Camarões, a República Centroafricana, o Congo, a República Democrática do Congo, a Guiné Equatorial e o Gabão.

Embora o nível de sensibilização ao desafio da mudança climática e o papel desempenhado pelas florestas e pelas arvores neste domínio tenham melhorado muito nestes últimos anos, a vontade política deve porém expressar-se para que esta sensiblização exerça um impacto sobre políticas, indicaram peritos.

-0- PANA IT/DIM/DD 24outubro2011