Agência Panafricana de Notícias

Derrame na bacia moçambicana de Rovuma sem risco ambiental

Maputo, Moçambique (PANA) – O derrame de 30 metros cúbicos de lamas de perfuração ocorrido em maio passado, na Bacia do Rovuma, no norte de Moçambique, "não coloca em risco os diversos ecossistemas marinhos existentes nas áreas onde sucedeu o incidente".

Segundo o Instituto Nacional de Petróleo (INP), entidade moçambicana que superintende a área, do volume derramado apenas 16,5 metros são compostos por óleos de baixa toxicidade, e a equipa técnica que se deslocou ao local concluiu não haver registo de danos ao ambiente.

A convicção foi expressa pelo presidente do Conselho de Administração (PCA) do INP, Arsénio Mabote, em conferência de imprensa terça-feira, em Maputo, destinada a apresentar os resultados do estudo efetuado sobre o incidente ocorrido a 10 de maio último.

O derrame sucedeu durante atividades prospetivas da multinacional americana Anadarko, através da plataforma (navio) “Belford Tiger”, nas águas do Rovuma.

Mabote esclareceu que foi identificada uma certa quantidade de gás que fluía em direção à plataforma ao longo do “riser”, canal por onde é lançado o material usado no exercício prospetivo.

Esta situação, disse, impôs a necessidade imediata de controlar esse gás em ascensão, bem como as lamas de perfuração e o mecanismo mais seguro encontrado "foi basicamente o desvio dos fluidos para evitar uma explosão na plataforma".

“Estamos a falar de 30 metros cúbicos. Em termos de quantidades derramadas nesta indústria esse volume constitui uma quantidade normal, porquanto não tem impacto negativo no meio marinho”, disse Mabote, anotando que se tratava de lamas com óleo sintético e por ser mais densa que a água do mar afunda e com tempo vai decompor-se rapidamente.

Mabote lembrou que as leis internacionais atualmente vigentes obrigam as operadoras do ramo a usar os óleos sintéticos no processo de perfuração por serem aqueles que menos danos colocam ao meio ambiente em caso de um acidente no decurso do processo.

No capítulo da segurança, a equipa enviada pelo Governo moçambicano para avaliar o impacto do derrame, composta pelo INP, pelo Ministério para a Coordenação da Ação Ambiental (MICOA) e pelo Instituto Nacional da Marinha (INAMAR), constatou que as medidas adotadas na plataforma "estão de acordo com os padrões internacionais para o tipo de operação".

“Verificamos que de facto os sistemas de segurança existem e as medidas de precaução para tais situações foram tomadas e foram implementados todos os regulamentos para este tipo de situações”, sublinhou Mabote.

-0- PANA AIM/LE/SN/IZ 08julho2014