Deputados querem prorrogar seu mandato por um ano no Burkin Faso
Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - Os 127 deputados do Parlamento burkinabe reunidos, esta semana, à porta fechada, propuseram o adiamento das eleições legislativas para 2021, soube a PANA de fontes concordantes.
A proposta seguiu-se a debates sobre a situação de segurança em relação às eleições a serem realizadas simultaneamente, a 22 de novembro próximo, no país.
"Considerando o facto de que 52 assentos de deputados poderão não ser ocupados, devido à insegurança prevalecente no país, eles propuseram por unanimidade adiar as eleições legislativas por um ano”, noticiou o diário estatal “Sidwaya” que cita fontes concordantes.
Os deputados propuseram então realizar simultaneamente, em novembro de 2021, as eleições legislativas e as consultas autárquicas. Apenas as eleições presidenciais deverão ser realizadas este ano.
A sugestão dos deputados será submetida ao Presidente burkinabe para exame, de acordo com o jornal.
Desde o anúncio desta informação, a Internet no Burkina Faso continua a alimentar o debate pois alguns acham que os deputados querem "aproveitar-se da situação” para conservar as suas regalias por mais um ano.
"Caros deputados, sejamos mais sérios. Então, vocês fazem as vossas digressões e vocês regressam com as vossas conclusões que vos confortam nas vossas próprias posições e regalias. É o jogo mais infantil. No entanto, vocês não dizem às mesmas populações as garantias de uma melhor segurança no prazo da prorrogação que vocês buscam com tantas energias”, escreveu um internauta num fórum.
Alguns lembraram aos deputados os acontecimentos de outubro de 2014 que obrigaram o antigo Presidente Blaise Compaoré à demissão e ao exílio.
Este último introduziu um projeto de lei na Assembleia Nacional para lhe permitir disputar um novo mandato. Os manifestantes invadiram o Parlamento que eles incendiaram.
As autoridades políticas não se pronunciaram, por enquanto, sobre esta questão.
Com a exceção do porta-voz da União para a Mudança e Progresso (UPC, oposição), Moussa Zerbo, que indicou, esta quarta-feira, na imprensa que “embora o relatório tenha sido adotado com este conteúdo, a UPC não se pode rever nele. E se os deputados (da UPC ) se revirem em tais compromissos, isso engaja apenas eles e só eles, mas não a União para o Progresso e Mudança".
-0- PANA TNDD/IS/FK/IZ 09julho2020