Deputados em Trípoli exigem eleição de novo líder do Parlamento líbio
Trípoli, Líbia (PANA) - Um grupo de membros do Parlamento líbio convocou para quinta-feira, 2, uma "sessão plenária", em Trípoli, para eleger um novo presidente e dois vice-presidentes deste órgão legislativo atualmente dividido em dois.
Imediatamente após o seu anúncio, a decisão suscitou fortes receios de que ela poderá "dividir de vez" o Parlamento líbio, confrontado desde o início com profundas divisões entre os seus membros.
A convocatória da sessão foi lançada, segunda-feira, no termo de uma reunião preparatória organizada por um grupo de 41 membros da Câmara dos Deputados, sediada na capital, Trípoli.
Segundo o comunicado final do encontro, a "sessão plenária formal" de quinta-feira vai tomar "medidas decisivas para salvar o país e reabilitar a Câmara dos Representantes (sediada em Tobruk), que representa todos os Líbios, em virtude do seu papel e para assumir as suas responsabilidades históricas nestes momentos cruciais da vida do país".
A sessão foi convocada com base nas disposições do Acordo Político da Líbia, assinado na cidade marroquina de Skhirat, a 17 de dezembro de 2015, e ratificado pela Câmara dos Representantes, a 25 de janeiro de 2016, segundo os deputados.
Na sua reação, o conselheiro do presidente da Câmara dos Representantes, Fathi Al-Mreimi, afirmou que qualquer reunião fora da sede do Parlamento "é considerada informal e ilegal".
"Qualquer reunião em local diverso da sede da Câmara dos Deputados é considerada informal e ilegal, a menos que a decisão seja tomada numa sessão formal da Câmara dos Representantes, na sua sede e sob a égide do Parlamento, para que a presidência possa então convocar essa reunião", indica Al-Mreimi, num comunicado de imprensa.
Por sua vez, o deputado Ali Ali Al-Toukbali, membro da Comissão Nacional de Defesa e Segurança da Câmara dos Deputados, disse que os deputados de Trípoli não representam a Câmara dos Deputados, que deve ser um único bloco a defender os direitos dos cidadãos.
Al-Toukabli advertiu, também em comunicado, que o povo líbio não deve prestar atenção "às tentativas de alguns na região ocidental de realizar uma reunião da Câmara de Representantes, em Trípoli, visando dividir a nação".
Eleito em 2014, o Parlamento líbio, cuja sede oficial é Benghazi, está atualmente localizado, na cidade de Tobruk (leste).
Desde cedo, a instituição minada pelas dissensões entre os seus membros, muitos dos quais decidiram boicotar o seu trabalho, retirou a sua confiança no Governo de União Nacional saído do Acordo Político Líbio.
Como resultado, alguns deputados acusaram o atual presidente do Parlamento, Águila Saleh, de fazer de refém esta instituição legislativa, juntamente com alguns deputados da região oriental de Berga (Cirenaica).
-0- PANA BY/IS/SOC/CJB/IZ 29abril2019