Agência Panafricana de Notícias

Deputado anuncia candidatura à liderança do partido no poder em Cabo Verde

 

Praia, Cabo Verde (PANA) – O deputado nacional do Movimento para Democracia (MpD), partido no poder em Cabo Verde, Orlando Dias, já manifestou a sua intenção de concorrer contra o atual líder do mesmo movimento, Ulisses Correia e Silva, na próxima convenção marcada para 2023, apurou a PANA, quinta-feira, de fonte segura.

Orlando Dias, eleito deputado pelo circulo eleitoral de África, tem sido uma das vozes mais criticas à liderança do partido no poder a quem acusa, nomeadamente, de "estar a suportar um Governo demasiado despesista" e que "está a proceder a gastos incompatíveis com os recursos do país."  

Numa publicação feita terça-feira última, na sua página do Facebook, o parlamentar denunciava o facto de, “com 114.000 pessoas a viverem na extrema pobreza, Cabo Verde tem cerca de 1.300 viaturas do Estado e gasta, anualmente, 400.000.000 escudos (cerca de 4.000.000 euros) em combustível para as referidas viaturas.”

Na mesma publicação, Orlando Dias defendeu ser preciso reduzir estes gastos para metade e também reduzir a pobreza e a desigualdade social em Cabo Verde.

Numa carta dirigida ao presidente do MpD, atual primeiro-ministro de Cabo-verdiano, o deputado disse ter feito “análises cuidadosas” do país e do desempenho do MpD sob a liderança de Ulisses Correia e Silva, que exerce o poder de 2016 a esta parte.

Disse ter chegado à conclusão de que “há quem disponha de ideias completamente diferentes e, de todo, servidoras” para a condução do partido.

“De facto, o MpD não consegue, nos anos decorrentes de 2016, atingir uma organização multiplicadora da renovação de energias sociais e nacionais. ‘In fine (finalmente) , o papel do MPD tem de ser vertido para impulsionar uma envolvente vontade coletiva, apoiando-se na maior economia de forças pelo país”, acrescentou.

Orlando Dias afirmou ainda que há uma fronteira de novos ideais, bem como de novos interesses a serem desencadeados, bem interligados com o contexto de moderna organização e do funcionamento do partido, a par da consequente cultura de desempenhos por que passa, ou deve passar, o sistema da comunidade nacional, em linha com “positiva e contagiante indução.”

“Venho, com a devida consideração, apresentar, junto de si (…) a minha declaração de intenções de liderança do Movimento para a Democracia, em Convenção ordinária a acontecer, aproximadamente, em meados de 2023, isto enquanto militante com todas as capacidades orgânicas e estatutárias para assim agir”, escreveu.

-0- PANA CS/DD 28jan2022