Agência Panafricana de Notícias

Denunciada persistência de detenções arbitrárias na Mauritânia

Nouakchott- Mauritânia (PANA) -- Responsáveis de organizações de defesa dos direitos humanos na Mauritânia denunciaram sábado vivamente a prática, à grande escala no país, das "detenções arbitrárias e abusivas" em violação flagrante das disposições do Código de Procedimento Penal (CPP).
Falando sábado durante uma confêrencia de imprensa, Fatimata M'Baye, presidente da Associação Mauritana dos Direitos Humanos (AMDH) e vice-presidente da Federação Internacional das Ligas dos Direitos Humanos (FIDH), evocou nomeadamente o caso de centenas de pessoas detidas "ilegalmente" em Nouakchott, bem como detenções vigiadas nos Comissariados de Polícia da capital "sem o conhecimento do procurador da República".
Ela estimou estas práticas "incompatíveis com o Estado de direito e a garantia das liberdades fundamentais".
Por sua vez, Brahim Ould Ebetty, responsável pelo ramo mauritano do Grupo de Pesquisas e Estudos para o Desenvolvimento Económico e Social (GERDES-Mauritânia), evocou o caso concreto de Mohamed Yahya Ould Mohamed Naji, aprisionado em Nouakchott desde há uma dezena de dias "sem mandado de justiça" e sequestrado em violação do artigo 431 do CPP.
Durante a reunião, os seus advogados e responsáveis de Organizações Não Governamentais (ONG) apelaram para a mobilização de todos os Mauritanos e da imprensa a fim de pôr termo a "práticas degradantes" para o Estado de direito.