Agência Panafricana de Notícias

Denunciada detenção de jornalista na Guiné-Conakry

Dakar- Senegal (PANA) -- A Fundação para a Imprensa na África Ocidental (MFWA) denuncia a detenção dum jornalista conakry-guineense e a censura efectuada pela junta militar no poder contra operadoras de telefonia, indica um comunicado de imprensa transmitido segunda-feira à PANA em Dakar.
Segundo a mesma fonte, a 27 de Agosto último, o director de Publicação do Web site Kibarou.
com, Diarouga Baldé, foi "detido no quartel-geral do Ministério da Segurança por um grupo de militares numa altura em que ele cobria uma manifestação organizada contra o Conselho Nacional para a Democracia e Desenvolvimento (CNDD)", a junta no poder.
A manifestação foi organizada em sinal de protesto contra uma eventual candidatura do líder da junta, o capitão Moussa Dadis Camara, às eleições presidenciais de Janeiro de 2010, indica o texto- O texto acrescenta que "elementos da Companhia Móvel de Intervenção e Segurança (CMIS) do Exército conakry-guineense embarcaram à força Diarouga na sua viatura e conduziram-no às instalações do CMIS, onde ele foi interrogado sobre varios assuntos, incluindo a sua vida citadina".
"O jornalista que observava o ramadão foi depois conduzido ao quartel-geral do Ministério da Segurança, onde ele foi detido antes de ser libertado por volta das 21 horas (TMG) sem que nenhuma inculpação tivesse sido proferida contra ele", prossegue o comunicado da MFWA, que denuncia de novo a perseguição dos profissionais da imprensa pelas autoridades militares.
"Nós exigimos desculpas da junta e pedimos ao capitão Camara e ao seu Governo para advertirem os seus membros das sevícias a que submetem jornalistas e a imprensa do país", defende a MFWA.
No mesmo dia de 27 de Agosto, segundo sempre a MFWA, as autoridades militares censuraram as operadoras telefónicas obrigando-os a suspenderem a utilização das mensagens SMS no país.
"A suspensão deste serviço seguiu-se a uma instrução lançada pelo CNDD às empresas para bloquear uma mensagem SMS que está a circular em Conakry e que exorta os Conakry-guineenses a resistirem à candidatura eventual do capitão Moussa Dadis Camara às eleições presidenciais de 2010.
Na sequência desta ordem, as operadoras sentiram-se ameaçadas e procederam à suspensão do serviço", indica o texto.
Numa declaração divulgada a 29 de Agosto último, o Fórum das Forças Vivas da Nação, uma coligação dos partidos políticos, da organizações da sociedade civil e das forças sindicais, denunciou este acto de censura qualificando-o de "obstáculo à liberdade de expressão".