Agência Panafricana de Notícias

Demissão do Governo tunisino

Túnis, Tunísia (PANA) – O Governo tunisino dirigido pelo islamita Ali Larayedh apresentou quinta-feira a sua demissão ao Presidente Moncef Marzouki num contexto social marcado por graves distúrbios em várias províncias do país.

Esta demissão acontece a alguns dias do terceiro aniversário da "revolução tunisina" que derrubou em janeiro de 2011 o então o regime do ex-Presidente Ben Ali, qualificado de « ditatorial » e desencadeou o que é denominado a « primavera árabe ».

« Como nos comprometemos a fazê-lo, uma vez que a visão é clara e que o país está na via da clareza, eu apresentei a minha demissão ao Presidente Moncef Marzouki que me encarregou a gerir assuntos correntes enquanto se aguarda pela formação do novo Governo a ser dirigido por Mehdi Jomaa », declarou quinta-feira à tarde à imprensa o chefe do Governo demissionário.

« Hoje, a Constituição está em via de ser adotada e a instância eleitoral foi instalada. Ela terá de fixar as datas das próximas eleições que, eu espero, com maior brevidade a fim de dotar o país de instituições perenes”, acrescentou Larayedh.

Segundo ele, o país está a evoluir no bom sentido e espero que seja um modelo de transição democrática.

Interrogado sobre os distúrbios e as ameaças de caráter terrorista que afetam o país, o chefe do Governo demissionário assegurou que as autoridades estão determinadas a aplicar a lei contra os perturbadores da ordem.

Ele congratulou-se com o trabalho cumprido pelas forças de segurança e pelas forças militares com vista a garantir a segurança do país e fazer face a estas ameaças, afirmando que não ha porque se preocupar-se com a Tunísia.

A equipa de Larayedh deve ceder o lugar nas próximas duas semanas a um Governo tecnocrata que tem, à sua frente, o atual ministro da Indústria, Mehdi Jomaa.

Considerado como um independente, o novo chefe do Governo terá de enfrentar desafios e gerir dossiês urgentes inerentes à segurança, à degradação da situação socioeconómica, e conduzir o país para eleições gerais previstas para 2014 com vista a livrar o país duma crise política provocada por dois assassinatos de líderes da oposição da esquerda e pela subida do terrorismo.

-0- PANA BB/AAS/FK/DD 09jan2014