Agência Panafricana de Notícias

Delegação da UE desmente cumplicidade com Governo da Guiné Conakry

Conakry, Guiné (PANA) - O chefe da Delegação da União Europeia (UE) na Guiné, Phillippe Van Damme, rejeitou as acusações de "cumplicidade" com o Governo da Guiné Conakry, feitas pela oposição, para a obtenção do X Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED) estimado em 174 milhões de euros.

Van Damme, que falava durante uma conferência de imprensa, rejeitou as acusações segundo as quais ele exerceu pressão sobre o presidente da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), Bakary Fofana, para o levar a fixar recentemente a data das eleições legislativas para 12 de maio de 2013.

"Philippe Van Damme não exerceu pressão sobre qualquer pessoa neste país. A situação é conhecida por todos. O contexto é tal que conhecemos um plano de saída de crise atualizado várias vezes que o Conselho de Administração dos 27 Estados membros da UE adotou", explicou.

Ele sublinhou que este plano diz que "poderemos assinar o X FED e desbloquear os fundos uma vez que recebermos um cronograma pormenorizado das eleições legislativas".

Esta soma, bloqueada há vários anos antes da eleição do Presidente Alpha Condé por causa dum "défice democrático e má governação", poderá ser disponibilizada se o Governo organizar "eleições livres, transparentes e credíveis", indicou recentemente em Conakry o chefe da UE para África, Nicolas Wescoot, durante uma visita de trabalho.

Wescott disse que os 27 países da UE se comprometem a desembolsar rapidamente a quantia logo que o chefe de Estado, Alpha Condé, assine o decreto que convoca os eleitores com vista ao escrutínio em finais de 2012.

Mas, o líder da União das Forças Democráticas da Guiné (UFDG) e rival do candidato eleito, Alpha Condé, na segunda volta das presidenciais em 2010, disse terça-feira, durante uma conferência de imprensa dada por líderes da oposição, que "Van Damme, que aceita um falso cronograma das eleições, é o único cúmplice do poder".

"Uma vez as eleições realizadas efetivamente de maneira livre e transparente, vamos dar o saldo deste X FED", disse o diplomata euorpeu, acrescentando que a decisão vai vir do Conselho Europeu.

"Já que sabemos todos nós que as eleições não podem ter lugar antes de finais de 2012, voltaremos diante do Conselho a fim de lhe dizer para reconduzir a decisão e dar alguns meses de mais à Guiné. Penso que o Conselho, de maneira geral, compreende perfeitamente que seja preferível haver eleições tecnicamente credíveis, inclusivas e transparentes em vez de eventuais eleições problemáticas", declarou.

O chefe da Delegação precisou igualmente que "se a Guiné não assina antes de 2013, os fundos serão reconduzidos no XI FED (2014-2020)" sem avaliar o montante.

A assinatura do XI FED, concluiu, não significa que a Guiné Conakry vai dispor destes fundos que devem ser absorvidos em tempo real, ou atribuídos aos países onde as necessidades se façam sentir.

-0- PANA AC/AAS/SOC/MAR/DD 20dez2012