Delegação da Guiné Conakry esperada em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) - Uma delegação do Conselho Nacional de Transição (CNT, Parlamento) da Guiné-Conakry inicia esta segunda-feira uma visita de uma semana a Cabo Verde para se inteirar do funcionamento das instituições do país, apurou a PANA de fonte parlamentar.
De acordo com um comunicado pela Assembleia Nacional (Parlamento) cabo-verdiana, a delegação guineense liderada pela sua conselheira, Fátima Camara, visita Cabo Verdo com o propósito de estabelecer “um intercâmbio com o parlamento e instituições cabo-verdianas, sobre o processo de funcionamento destas instituições republicanas e órgãos de governação.”
Durante a sua visita, a delegação será recebida pelo presidente da Assembleia Nacional, Austelino Correia, por líderes parlamentares e presidentes das comissões especializadas da mesma.
A agenda inclui também encontros com vários membros do Governo cabo-verdiano, entre os quais a ministra das Infraestruturas, Ordenamento do Território e Habitação, Eunice Silva, o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, e o ministro do Turismo e Transportes, Carlos Santos.
O CNT é o Parlamento da Guiné-Conakry desde o golpe de Estado de setembro de 2021 contra o então Presidentwe da República, Alpha Condé.
Compreende 81 membros integrantes de partidos políticos, grupos da sociedade civil, sindicatos, empregadores e forças de segurança, entre outros intervenientes.
A junta militar chefiada pelo coronel Mamadi Doumbouya tomou o poder a 05 de setembro de 2021 no país, quando um grupo de forças especiais do Exército derrubou o então chefe do Estado, Alpha Condé.
Este último, que governava desde 2010, tentou forjar um controverso terceiro mandato presidencial em outubro de 2020, não permitido pela Constituição guineense.
Defendo-se, o coronel Doumbouya afirmou que o golpe de Estado visa criar condições para a emergência de um Estado de direito na Guiné Conakry.
Todavia, ainda não há data para a realização de eleições que permitam a este país da África Ocidental voltar à normalidade constitucional.
A transição conducentes às novas eleições no país, com vista à constituição de um governo civil, é marcada por momentos de tensão, na medida em a junta militar proibiu manifestações, mesmo pacíficas, desde 2022.
Como o Burkina Faso, o Mali e o Níger, a Guiné Conakry está suspensa da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) devido a este no golpe de Estado registado no país em setembro de 2021.
Na morte do primeiro Presidente deste país, Ahmed Sekou Touré, em 1984, o coronel Lansana Conté arrebatou o poder até à sua morte por doença 2008.
Foi então que um jovem capitão chamado de Moussa Dadis Camara tomou o poder, tendo no entanto sido alvejado gravemente na cabeça, um ano depois, pelo seu ajudante de campo, Aboubacar Sidiki Diakité (vulgo Touma).
Subiu então ao trono o general Sekouba Konaté, então ministro da Defesa e número dois de Dadis Camara, até à organização das primeiras eleições democrátocas em 2010, ganhas por Alpha Condé, a despeito de algumas contestações por parte de certos líderes políticos, nomeadamente Elhadj Cellou Dalein Diallo.
-0- PANA CS/DD 06novembro2023