Debate sobre Estados Unidos de África é incontornável, diz docente

Dakar- Senegal (PANA) -- O debate sobre a União Africana (UA) e os Estados Unidos de África é "incontornável", declarou segunda-feira em Dakar, o presidente do Comité Científico do simpósio sobre os Estados Unidos de África, Boubacar Barry.
Falando no quadro deste simpósio de quatro dias, Barry, professor na Faculdade de Letras e Ciências Humanas da Universidade Cheikh Anta Diop de Dakar, indicou que este debate "é intelectual, mas igualmente potítico e citadino".
"Tudo foi dito pelos precursores do panafricanismo, incluindo William E.
B.
Dubois, Marcus Garvey, Kwame Nkrumah, Cheikh Anta Diop entre outros.
Mas os problemas e obstáculos continuam a levantar-se diante de nós", disse.
Segundo ele, os Africanos da Diáspora vão continuar a bater-se para ocupar um espaço maior, mas que África deve mudar como todos os outros continentes.
Para alcançar este objectivo, é preciso que se saiba que África é una e indivisível na sua diversidade cultural e linguística", defendeu Barry.
"África deu a sua humanidade ao mundo e construiu todos os países desenvolvidos.
Logo, é preciso uma nova África que tenha um único Estado federal, uma única cidadania, uma única moeda e um único passaporte", realçou o docente senegalês.
Porém, Barry sublinhou que o continente deve enfrentar três desafios: "a fragmentação do seu espaço geográfico, a da sua consciência política e a do seu sangue".
O simpósio sobre os Estados Unidos de África será seguido, quinta- feira na capital senegalesa, dum fórum sobre "Papel e Posição de África na Governação Mundial".
Estes dois encontros são co-organizados pela Universidade Cheikh Anta Diop de Dakar e pelo Ministério senegalês dos Negócios Estrangeiros.