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DP WORLD quer fazer de Dakar "zona de referência" no mundo

Dakar- Senegal (PANA) -- A companhia emirata "Dubai Ports World", uma das maiores operadoras mundiais de terminais portuários, assinou com o Estado do Senegal, a 8 de Outubro de 2007, um contrato de 25 anos renováveis no valor de 150 milhões de euros, tornando-se assim no concessionário principal do Porto Autónomo de Dakar (PAD).
Segundo o seu diretor-geral, Guido Heremans, o projeto tornou-se operacional em Janeiro de 2008, num financiamento inteiramente garantido pela Dubai Ports World com investimentos, para a primeira vertente relativa à concessão atual e à extensão do terminal de contentores, avaliados em 150 milhões de euros.
Pelo menos 50 porcento dos investimentos já foram utilizados e todas as obras serão concluídas entre Abril e Maio de 2011, refere Heremans, para quem "a diferença será enorme, pois, no fim das obras, todos os instrumentos estarão prontos para terminal um muito bom".
Isso faz da DP World Dakar a primeira operadora de terminais na África Ocidental, com um efetivo de 372 agentes.
O terminal tem 11, 5 metros de profundidade, 18 hectares de superfície e um cais de 420 metros para além sete hectares e 220 metros de cais que estarão operacionais antes do fim de 2010.
Selecionada num concurso público que disputou com concorrentes e predecessores tais como Getma, MaerskLine e o grupo francês Bolloré, a DP World gaba-se dos resultados dos seus três primeiros anos.
Entre estes, cita "a redução do tempo de espera médio dos navios abandonados para cerca de duas horas em 2009 contra 15 horas precedentemente", e a produtividade das operações de navios a nível do terminal que "melhorou de forma exponencial".
O tempo de serviço médio para a entrega ou a recuperação de todo o tipo de contentores (tempo decorrido entre a chegada do camião ao terminal e a sua saída com o contentor), situa-se abaixo dos 20 minutos, uma produtividade que "vai aumentar de maneira substancial com a instalação dos pórticos", garante Guido Heremans.
"Desde que estamos aqui, fizemos a diferença em relação aos operadores precedentes.
Constata-se anualmente um ligeiro aumento a nível dos volumes de contentores", prossegue.
Sobre os lucros económicos, Heremans explica que o Porto de Dakar ganha uma taxa paga por contentor, uma fixa para o terreno, e uma variável em função do número de contentores, num sistema que ele considera "muito vantajoso para o Porto (.
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)".
A este propósito, precisa que, apesar da crise, houve 273 mil contentores em 2008 e 274 mil no ano seguinte mais 217 mil contentores atualmente, prevendo-se acima de 290 mil até finais de 2010.
Como qualquer operador, a DP World tem um objetivo principal que, segundo o seu diretor-geral, "é fazer de Dakar uma zona de referência na sub-região, ou mesmo no mundo".
"A maior parte dos volumes que vêm a Dakar são destinados a Dakar, com 90 porcento, e apenas quatro porcento ao transporte e os restantes seis porcento ao Mali", nota o responsável, revelando que certificações internacionais serão entregues brevemente à DP World Dakar, as primeiras na África Ocidental.
A segurança de pessoas e bens continua a ser a outra prioridade da política da DP World Dakar, que, desde a sua instalação, lançou uma iniciativa de segurança específica das suas instalações, obtendo a certificação ISPS em Novembro de 2008.
Isto fez do PAD, desde 30 de Janeiro de 2009, o primeiro porto da África Ocidental a ter passado com êxito a auditoria de certificação ISO 28.
000 relativa à gestão da segurança, e o segundo em África após o de Djibuti, igualmente administrado pela DP World.
"O terminal é igualmente o único na África Ocidental a obter a certificação (americana) US Customs Trade Partnership Against Terrorism (CIPAT)", diz Heremans que projeta obter a certificação OHSAS 18.
001 e ISO 14.
001 relativa à proteção do ambiente.
Segundo ele, a DP World sonhou "fazer de Dakar um verdadeiro porto em África", e está a preparar dois outros projetos, incluindo o Porto do Futuro, um novo porto destinado ao transporte e cujas obras vão iniciar-se em finais de 2010 para terminar em 2013.
"A ideia é atrair as linhas marítimas para Dakar antes de chegar aos outros países", explica o diretor-geral da DP Worlds Dakar que quer investir mais de 120 milhões de euros no Porto do Futuro e 335 milhões de euros adicionais em equipamento.
As ambições da DP World não se limitam ao Porto Autónomo de Dakar, mas cobrem também um perímetro de 30 quilómetros fora da capital senegalesa onde pretende retomar da Jafza International de Dubai a concessão da realização da Zona Económica de Diamniadio.
Tal operação deve ocorrer com o acordo da Agência Senegalesa para os Investimentos e Grandes Obras (APIX) com a qual a DP World já iniciou as negociões.
As duas partes estão a trabalhar para encontrar o nome a dar à entidade que deverá gerir este projeto que visa fornecer instalações industriais operacionais e atrair empresas senegalesas e estrangeiras que desejem deslocalizar as suas atividades, graças a um quadro físico, jurídico e fiscal mais acolhedor.
Integrado no ambiente, o projeto servirá de zona de produção de bens e serviços, baseando-se no novo aeroporto em construção em Diass, bem como no porto de Dakar, graças a uma rede rodoviária apoiada pela construção da autoestrada de portagem Dakar-Diamniadio.
Guido Heremans disse esperar que as obras da autoestrada de portagem e do Aeroporto Internacional Blaise Diagne (AIBD) sejam concluídas para lançar a Zona Económica capaz de gerar 40 mil empregos diretos.