PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
DG da FAO defende aumento de ajuda à agricultura
Roma- Itália (PANA) -- O director-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Jacques Diouf, defendeu quinta-feira o regresso do montante da Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD) a favor da agricultura ao seu antigo nível de 17 por cento que permitiu à Ásia e à América Latina evitar uma crise alimentar nos anos 70.
"Para evitar a fome que se anunciava na Ásia e na América nos anos 70, tivemos de gastar 17 por cento da Ajuda Pública ao Desenvolvimento.
Desde então, esta cifra diminuiu para 3,8 por cento em 2006 e hoje estamos a um nível de 5 por cento", declarou Diouf em entrevista exclusiva à PANA no termo dum Fórum de Peritos de alto nível organizado pela FAO na sua sede em Roma (Itália) sob o lema "Como Alimentar o Mundo em 2050?" O director-geral da FAO, de nacionalidade senegalesa, explicou que em 1970 havia 800 milhões de pessoas com fome no mundo, hoje há um bilião de famintos.
"Parece-me lógico que regressemos aos 17 por cento sobretudo se se considera que existem 70 por cento de pobres na zona rural e que as suas fontes essenciais de rendimentos, emprego e autoconsumo é a agricultura e as actividades conexas", acrescentou.
Jacques Diouf sublinhou que os líderes do mundo engajaram-se, na cimeira sobre a alimentação em Junho de 2008 organizada pela FAO após os motins da fome que abalaram o mundo, mas muito deles não precisaram o prazo de execução dos seus compromossos.
Vinte biliões de dólares num período de três anos foram prometidos pelos chefes de Estado que se sucederam na tribuna da sede da FAO em Roma.
"Se estes compromissos forem respeitados, isto vai permitir-nos reforçar, aprofundar e alargar os programas com maior impacto", indicou.
Deplorou que em matéria de ajuda pública ao desenvolvimento sejam necessários 44 biliões de dólares americanos por ano e que não se consiga mobilizar esta soma ao passo que o apoio dos países da OCDE à sua agricultura está estimado em 365 biliões de dólares americanos por ano e que um bilião e 340 milhões de dólares americanos são gastos anualmente para a aquisição de armas.
"E não podemos desembolsar 44 biliões para que as pessoas comam suficientemenre no mundo", indignou-se.
Declarou que o Banco Mundial (BM) reduziu o seu financiamento à agricultura passando de 30 por cento em 1980 para 6 por cento em 2006 ao passo que o do Banco Interamericano passou de 32 por cento em 1979 para 0,8 por cento em 2006.
"O problema não é técnico, não é económico e muito menos por falta de dinheiro.
É uma questão de escolha política e estratégica em função de interesses particulares e a favor dos grupos particulares.
Infelizmente não ao benefício dos 70 por cento de pobres que são essencialmente de zonas rurais", afirmou o responsável da organização onusina.
Deplorou a ocorrência de motins da fome para que as pessoas levem a sério o problema da segurança alimentar e que se verificou que não é apenas um problema de ajuda aos pobres mas um problema de paz e segurança no mundo.
"Hoje, há uma tomada de consciência mas por quanto tempos"?, interrogou-se.
O director-geral da FAO pediu aos líderes do mundo para fixar um objectivo sobre as condições de alcançar a segurança alimentar no mundo.
"Se estas questões não forem colocadas na mesa e abordadas para ver o seu impacto global sobre a segurança alimentar do mundo não haverá resultados", afirmou.
"Para evitar a fome que se anunciava na Ásia e na América nos anos 70, tivemos de gastar 17 por cento da Ajuda Pública ao Desenvolvimento.
Desde então, esta cifra diminuiu para 3,8 por cento em 2006 e hoje estamos a um nível de 5 por cento", declarou Diouf em entrevista exclusiva à PANA no termo dum Fórum de Peritos de alto nível organizado pela FAO na sua sede em Roma (Itália) sob o lema "Como Alimentar o Mundo em 2050?" O director-geral da FAO, de nacionalidade senegalesa, explicou que em 1970 havia 800 milhões de pessoas com fome no mundo, hoje há um bilião de famintos.
"Parece-me lógico que regressemos aos 17 por cento sobretudo se se considera que existem 70 por cento de pobres na zona rural e que as suas fontes essenciais de rendimentos, emprego e autoconsumo é a agricultura e as actividades conexas", acrescentou.
Jacques Diouf sublinhou que os líderes do mundo engajaram-se, na cimeira sobre a alimentação em Junho de 2008 organizada pela FAO após os motins da fome que abalaram o mundo, mas muito deles não precisaram o prazo de execução dos seus compromossos.
Vinte biliões de dólares num período de três anos foram prometidos pelos chefes de Estado que se sucederam na tribuna da sede da FAO em Roma.
"Se estes compromissos forem respeitados, isto vai permitir-nos reforçar, aprofundar e alargar os programas com maior impacto", indicou.
Deplorou que em matéria de ajuda pública ao desenvolvimento sejam necessários 44 biliões de dólares americanos por ano e que não se consiga mobilizar esta soma ao passo que o apoio dos países da OCDE à sua agricultura está estimado em 365 biliões de dólares americanos por ano e que um bilião e 340 milhões de dólares americanos são gastos anualmente para a aquisição de armas.
"E não podemos desembolsar 44 biliões para que as pessoas comam suficientemenre no mundo", indignou-se.
Declarou que o Banco Mundial (BM) reduziu o seu financiamento à agricultura passando de 30 por cento em 1980 para 6 por cento em 2006 ao passo que o do Banco Interamericano passou de 32 por cento em 1979 para 0,8 por cento em 2006.
"O problema não é técnico, não é económico e muito menos por falta de dinheiro.
É uma questão de escolha política e estratégica em função de interesses particulares e a favor dos grupos particulares.
Infelizmente não ao benefício dos 70 por cento de pobres que são essencialmente de zonas rurais", afirmou o responsável da organização onusina.
Deplorou a ocorrência de motins da fome para que as pessoas levem a sério o problema da segurança alimentar e que se verificou que não é apenas um problema de ajuda aos pobres mas um problema de paz e segurança no mundo.
"Hoje, há uma tomada de consciência mas por quanto tempos"?, interrogou-se.
O director-geral da FAO pediu aos líderes do mundo para fixar um objectivo sobre as condições de alcançar a segurança alimentar no mundo.
"Se estas questões não forem colocadas na mesa e abordadas para ver o seu impacto global sobre a segurança alimentar do mundo não haverá resultados", afirmou.