Crise de combustíveis provoca caos em São Tomé e Príncipe
São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - São Tomé e Príncipe observa a maior crise de combustíveis nunca antes registada, no país, com as suas reservas estratégicas esgotadas e as ruas desertas, constatou a PANA na capital são-tomense.
Com os últimos carregamentos esgotados, a cidade de São Tomé amanheceu, sábado, com várias barricadas erguidas em torno do posto de abastecimento da Sonangol, mas prontamente desmanteladas pela Polícia.
Troncos de madeira, pneus e pedra bloquearam a via de acesso, que liga cidade capital a Neves, centro de armazenamento da Empresa Nacional de Combustíveis e Óleo (ENCO), onde populares descontentes, que aguardavam desde a madrugada pela venda de gasolina e óleo ergueram as barricadas em protesto contra a crise de combustíveis (gasolina e gasóleo).
Esta situação obrigou a reação dos agentes da Polícia de Intervenção Rápida que foram chamados a intervir para repor a ordem.
Na quinta-feira, moto-taxistas e taxistas protestaram defronte ao gabinete de primeiro-ministro, na Praça Yon Gato, concentração que foi prontamentei dispersada pelas forças da ordem.
Desde sábado, o gasóleo começou a ser vendido apenas por talões, sobretudo às empresas públicas e privadas no âmbito do contrato com as gasolineiras.
Em todas as gasolineiras do país, regista-se desde terça-feira enormes filas, para a compra de combustíveis, a partir da madrugada mas que nem sempre serve de garantia da compra do produto.
O ministro da Presidência do Conselho de Ministros e Assuntos Parlamentares e o secretário de Estado da Indústria e Turismo reuniram-se, quinta-feira, com os representantes das classes dos taxistas e moto-taxis.
No final do encontro, Plácido Lopes, vice-presidente dos sindicatos dos taxistas, anunciou que o Governo esclareceu a causa da rotura do stock de combustíveis, e determinou que aos moto-taxis ser-lhes-ia vendido a cada um apenas cinco litros e aos automobilistas 10 litros, até ao restabelecimento do fornecimento dos combustíveis, no país.
O stock estratégico da ENCO está a ser utilizado, pela primeira em 44 anos de Independência.
Osvaldo Abreu, ministro das Obras Publicas, Infraestruturas, Recursos Naturais, Energia e Ambiente, anunciou que o problema poderá estar resolvido possivelmente, na segunda-feira.
Esta é a terçeira crise de combustíveis, em 11 meses, que os São-tomenses enfrentam na governação do 16º Governo liderado por Jorge Bom Jesus.
No meio da crise, floresceu a especulação do produto, e o custo de vida disparou, nomeadamente o preço dos taxis, produtos e hortícolas, no mercado.
O alarme da crise soou terça-feira depois de um jovem ter sido preso, após um acesa discussão com os funcionários da gasolineira da ENCO, na Trindade, onde tentava adquirir gasolina e acabou detido por alegado "comportamento excessivo".
-0- PANA RMG/IZ 13out2019