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Covid-19 perturba serviços de tratamento de doenças não transmissíveis, diz OMS

 

Genebra, Suíça (PANA)  - A luta conta a Covid-19 (coronavírus) perturbou  gravemente os serviços de prevenção e de tratamento de doenção não transmissíveis (DNT, sigla em inglês), nomeadamente diabetes e hipertensão arterial,  de acordo com  um novo inquérito publicado segunda-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Estas  DNT matam anualmente mais de 40 milhões de pessoas no mundo, de acordo com o inquérito.

A OMS declarou, neste documento, que a situação está preocupante pois, frisou, as pessoas afetadas por estas doenças estão mais suscetíveis de ficar gravemente doentes ou  morrer da nova infeção pelo coronavírus.

Indicou ter realizado, em maio último, um inquérito em 155 países, num período de três semanas, cujos resultados, segundo o diretor-geral da OMS, Detros Adhanom Ghebreyesus, confirmam "o que nós ouvimos nos países, há várias semanas.”

"Numerosas pessoas, que precisam dum tratamento para doenças como cancro,  patologias cardiovasculares e diabetes, não recebem os serviços de saúde, nem os medicamentos de que elas precisam desde o início da pandemia de covid-19. É essencial que os países encontrem meios inovadores para garantirem a continuidade dos serviços essenciais para as doenças não transmissíveis, lutando ao mesmo tempo contra o coronvírus”, preconisou Ghebreyesus.

Os resultados confirmaram que, se o impacto é mundial, os país de parcas receitas foram os mais afetados, segundo o DG da OMS.

Mais da metade dos países indicou que os serviços destinados às DNT foram  parcial ou totalmente suspensos, e que dois terços declararam que os serviços de readaptação foram penalizados.

Ao mesmo tempo, 94 por cento dos países tiveram parcial ou totalmente de reafetar o pessoal dos Ministérios da Saúde, que lida com as doenças não transmissíveis, para apoiar a resposta à covid-19.

As campanhas de despistagem para o cancro da mama e o do colo de útero, por exemplo,  também foram adiadas em mais da metade dos países.

Apesar disso estar conforme as recomendações da OMS nas primeiras fases da pandemias, as principais razões citadas foram a anulação das consultas, a diminuição dos transportes públicos e o défice de pessoal devido a reafetações dos trabalhadores sanitários.

No entanto, um em cada cinco países suspendeu os serviços por causa da penúria de medicamentos e de diagnósticos, entre outras tecnologias.

A OMS indica que, na data de 1 de junho, isto é segunda-feira última, havia seis milhões de casos de covid-19 no mundo e mais de 370 mil mortes.

A maioria dos países estabeleceram estratégias alternativas para ajudarem pessoas mais expostas a continuarem a receber um tratamento durante a pandemia, nomeadamente pela telemedicina, para substituir as consultas.

Este número avalia-se em 42 por cento nos países de fracos rendimentos, declarou a OMS.

Mais de 70 por cento dos países também recolheram dados sobre o número de pacientes infetados pela covid-19, que têm cada igualmente uma DNT.

O diretor da OMS para o Departamento de Doenças Não Transmissíveis, Bent Mikkelsen, declarou que se precisa de algum tempo antes de se conhecer a amplitude real do impacto.

-0- PANA VAO/ASA/TBM/FK/DD 2junho2020