Covid-19 aumenta risco de abuso sexual em São Tomé e Príncipe
São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) declarou que a covid-19 aumentou o risco de abuxo sexual de menores nas casas, em São Tomé e Príncipe, agravando ao mesmo tempo a insegurança alimentar, no arquipélago.
A agência onusina disse, por isso, estar à procura de meios para alterar este cenário durante o confinamento a que cerca de 30 mil crianças estão sujeitas devido às medidas restritivas de prevenção contra a covid-19, soube-se de fonte oficial, em São Tomé.
“Estamos a trabalhar com o PAM (Programa Alimentar Mundial), no sentido de apoiar as crianças vulneráveis. Este apoio será canalizado ao Ministério da Educação”, indicou Maria Vitoria Ballotta, representante adjunta do UNICEF, em São Tomé e Príncipe.
Em entrevista a TVS (Televisão São-Tomense), Ballota explicou que cerca de 30 mil crianças não tem acesso à educação tradicional, como um dos efeitos negativos da covid-19 a ser minimizado através das tele e radioaulas.
“Não servirá somente para rádioaula, mas também para escutarem programas de nutrição, planeamento familiar, é apoio simples que julgamos que poderá ter impacto positivo a curto prazo”, afirmou.
No seu entender, é preciso que os encarregados de educação deem mais atenção aos filhos neste período e os acompanhem nessas aulas, para que estas sejam mais interativas.
A representante adjunta do UNICEF informou, por outro lado, que foram encomendados 800 rádios solares, para permitir que as crianças de famílias vulneráveis tenham acesso à radioaula.
Implorou a solidariedade das operadoras de telecomunicações instaladas no país (Unitel STP e CST), para com as crianças sem acesso à Internet para que possam tê-lo neste período pandémico.
“Elas não têm acesso, desta forma, essas crianças ficam fora do sistema e da oportunidade da aprendizagem virtual”, disse.
Anunciou a chegada ao país, dentro de alguns dias, de materiais de proteção contra covdi-19 e equipamento de apoio aos centros e postos comunitários e aos professores.
“Chegarão igualmente vacinas contra a febre amarela e outras doenças. Para nós, a prioridade é ter essas vacinas a tempo, para que não haja rotura de stock. Esta é uma urgência importante", afirmou.
São Tomé e Príncipe é, segundo Ballota, um país com boa cobertura vacinal em África e na sub-região central, mas que o transporte da vacina se tornou numa crise humanitária agora devido ao fecho do espaço aéreo, no continente e nalguns países da sub-região.
-0- PANA RMG/IZ maio2020