Corno de África sujeito à catástrofe de insegurança alimentar, alerta União Africana
Addis Abeba, Etiópia (PANA) - Vinte e seis pessoas vivem numa insegurança alimentar aguda na região do Corno de África, o que aumentou a estabilidade social, declarou no fim de semana em Addis Abeba a comissária da União Africana (UA) para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável e Resiliência Nutricional, Josefa Correia Sacko.
A diplomata angolana fez esta declaração sexta-feira última na sede da UA, em Addis Abeba, durante uma mesa redonda ministerial sobre a segurança alimentar, nutricional e a resiliência para o Corno de África, que engloba os paises como Etiópia, Quénia, Somália e Sudão do Sul.
Nessa ocasião, Sacko frisou que a UA procura soluções douradoras para a crise descrita, no atual momento, como sendo uma catástrofe.
“A região testemunhou quatro épocas de chuvas consecutivas abaixo da média desde finais de 2020. Uma quinta está em vias de extinção, tornando a atual seca na pior dos últimos anos. Mulheres e crianças estão a morrer nesta região”, lamentou a comissária, que se mostrou preocupada pela insegurança alimentar considerada como "severa".
Para se fazer face à situação, prosseguiu, foram mobilizados apoio estratégico e recursos a fim de buscar soluções humanitárias e de segurança alimentar de longo prazo.
De acordo com ela, para esta região, a mesa redinda visa reforçar a resiliência dos quatro países suoracitados, que são os mais atingidos pelas crises, que causam um pesado tributo humanitário, incluindo a fome, a desnutrição e doenças.
A Federação Internacional da Cruz vermelha reconheceu a catástrofe humanitária que se desenrola no Corno de África e comprometeu-se a apoiar iniciativas continentais e regionais para mitigar a insegurança alimentar induzida pela seca cíclica, acrescentou Josefa Sacko.
Deste modo, a implementação do programa será feita em colaboração com a IGAD (Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento), o BAD (Banco Africano para o Desenvolvimento) e a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), como parceiros principais.
O programa vai aproveitar a sinergia e a Complementaridade Central do Programa Compreensivo de Desenvolvimento da Agricultura (CAADP, sigla em inglês).
Também vai alinhar com as peculiaridades estratégicas e políticas dos quatro países em apreço que vão procurar também a tirar dividendos oferecidos pelo quadro dos Acordos do Livre Comércio Continental Africano (ACFTA, sigla em inglês).
Fez saber que este encontro serviu também para traçar as prioridades dos países ao longo das três grandes ações, nomeadamente o apoio aos meios de subsistência e água, a sustentabilidade ambiental e sanitária, e a nutrição da comunidade.
Informou que a UA vai contar com a capacidade de coordenação e implementação dos parceiros, com conhecimentos sobre as prioridades identificadas e os requisitos para a sua concretização.
Globalmente, acrescentou, forneceu orientações para melhorar a estratégia do programa, tirando partido das suas vastas experiências.
O encontro contou com a presênca do ministro das Finanças da República Federal Democrática da Etiópia, Ahmed Shide, da subsecretária-geral da Federação Internacional da Cruz Vermelha, Nena Stoiljikovic, bem com dos ministros da Agricultura do Quénia, da Somália e da República Federal do Sudão do Sul, segundo a comissária.
-0- PANA JF/DD 11fev2023