Conselho de Segurança da ONU prorroga mandato da missão onusina na Líbia
Trípoli, Líbia (PANA) - O Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) prorrogou, segunda-feira, o mandato da Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (MANUL) até 30 de abril próximo, em vez de 30 de setembro como e costume.
Trata-se duma terceira prorrogação técnica concedida à MiANUL, devido à persistência de divergências entre os países membros.
Quinta-feira última, uma sessão do CS sobre a votação de uma resolução que estende o mandato desta Missão na Líbia foi suspensa por um tempo indeterminado devido à oposição russa ao plano do Reino Unido, antes de apresentar um contraprojeto rejeitado pelos Estados Unidos.
Num comunicado, o CS disse ter realizado mais uma renovação técnica do mandato da MANUL ao adotar por unanimidade a resolução 2619 (2022), que estende por três meses, até 30 de abril, este mandato como missão política especial integrada.
Apresentada pelo Reino Unido, esta resolução é a terceira renovação técnica consecutiva, no espaço de apenas quatro meses e meio, do mandato da MANUL, conforme definido na resolução 2542/2020 e no parágrafo 16 da resolução 2570/2021.
Foi no termo de difíceis negociações que o texto da resolução foi adotado, e a única novidade e que a Missão deve ser liderada, desta feita, por "um enviado especial, que cabe ao Secretário-Geral nomear.
Esse novo percalço dentro do órgão executivo das Nações Unidas reflete a profundeza das divergências entre os seus membros sobre a Líbia e a persistência da predominância dos interesses estreitos das grandes potências no caso da Libia.
Com efeito, o país encontra-se numa fase crucial da sua história, marcada por um novo impasse depois do adiamento das eleições presidenciais inicialmente previstas para 24 de dezembro último, por considerações políticas, de segurança e jurídicas relacionadas, em particular, com recursos contra candidatos.
Este tira-puxa entre os membros da comunidade internacional só irão acentuar ainda mais as divisões internas líbias que começaram a reaparecer, com o Parlamento a procurar a derrubar o Governo, com o risco de se voltar à estaca zero e confrontos armados e a divisão institucional, em vez de trabalhar no estabelecimento de um novo calendário eleitoral consensual para organizar eleições livres e transparentes cujos resultados sejam aceites por todos.
Apesar das exortações da conselheira especial da Secretária-Geral da ONU, Stephanie Williams, favoráveis às eleições, dado que o roteiro adotado pelo Fórum de Diálogo Político da Líbia continua até junho próximo e, pese embora a validade do mandato das instituições, nada foi feito.
Pediu ao Parlamento e outras instâncias em causa no país, para se concentrarem no desenvolvimento de um cronograma claro conducente às eleições, o mais rápido possível.
-0- PANA BY/JSG/MAR/DD 1fev2022