Conselho de Segurança da ONU pede retomada de negociações na Líbia
Tripoli, Líbia (PANA) - O Conselho de Segurança da ONU falhou, mais uma vez, a passagem de uma resolução sobre a Líbia, limitando-se a lançar um apelo para o cessar-fogo e o regresso ao processo de negociações.
Num comunicado de imprensa lido pela delegada da Indonésia às Nações Unidas, Diane Tranziah Dajani, que detém a presidência rotativa do órgão para este mês, o Conselho convida todas as partes do conflito na Líbia a respeitar um cessar-fogo e retomar a mediação liderada pela ONU.
Este novo fracasso demonstra a persistência de divergências entre os países-membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, de acordo com os observadores.
O órgão da ONU realizou uma sessão à porta fechada sexta-feira, durante a qual discutiu a crise humanitária na Líbia.
A Grã-Bretanha pediu que a reunião se realizasse sexta-feira para que um funcionário da ONU, responsável pela assistência, pudesse informar o Conselho sobre o ataque em Trípoli que deslocou cerca de 60 mil pessoas.
As organizações especializadas do Sistema das Nações Unidas, incluindo a Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (MANUL), não conseguiram obter um cessar-fogo humanitário para consolar os civis e ter acesso às pessoas bloqueadas nas zonas de combates.
A esperança de que os países adoptariam uma resolução impondo uma trégua humanitária evaporou-se com este novo fracasso das Nações Unidas, segundo os observadores.
Enfraquecido pelas divisões dos seus membros, o Conselho de Segurança falhou repetidamente em adotar uma posição unificada em relação à Líbia que lhe permitiria emitir uma resolução para pôr termo aos confrontos perto de Trípoli.
A recente digressão europeia do presidente do Conselho Presidencial líbio, Fayez al-Sarraj, que o levou sucessivamente a Itália, Alemanha, França e Grã-Bretanha, teve como objetivo pedir a unificação das posições dos países da União Europeia para pôr fim à ofensiva contra Trípoli e ordenar o retorno das tropas beligerantes às suas posições anteriores.
Desde 4 de abril último, forças do autoproclamado Exército Nacional Líbio (LNA, sigla em inglês) combatem contra tropas fiéis ao Governo Nacional de Acordo (GNA), nos arredores de Trípoli, capital líbia.
Segundo as Nações Unidas, estes confrontos já fizeram 454 mortos, dois mil 154 feridos e 60 mil deslocados.
-0- PANA BY/TBM/SOC/CJB/IZ 12maio2019