Conselho de Segurança da ONU chamado a agir face a crimes do marechal Haftar contra civis
Trípoli, Líbia (PANA) - O ministro líbio dos Negócios Estrangeiros do Governo de União Nacional, Mohamed Taher Siala, pediu ao Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) para tomar medidas contra aquilo que ele qualificou “de inação manifesta face aos crimes de Haftar contra os civis e à destruição das instalações públicas do país“.
Estes danos foram causados por uma série de raides aéreos que fizeram várias vítimas civis em Zaouia (55 quilómetros a oeste de Trípoli) e em Tajoura, nos arredores leste da referida metrópole, frisou o governante.
Numa carta envidada sábado último ao CS da ONU, Siala qualificou os ataques das forças do autoproclamado Comando Geral do Exército líbio dirigido pelo marechal Khalifa Haftar de “crimes contra a humanidade”.
Apelou por conseguinte, ao procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) “para tomar medidas necessárias urgentes com vista a investigar sobre os crimes de Haftar, punir os autores e responsabilizá-los pelos seus atos na justiça internacional.”
Acrescentou que "as forças de Haftar estão num novo desafio sério acrescido de crimes de guerra precedentes, ao bombardearem o Instituto de Engenharia Aplicada perto da Refinaria de Zaouia”.
Acusou Haftar de “querer perpetrar um golpe de Estado contra a autoridade legítima, o que conduziu, há dois dias, ao assassinato de civis na cidade de Zaouia e na cidade de Tajoura”.
Confrontos continuam desde 4 de abril último perto de Trípoli, entre as tropas do Exército leal ao Governo de União Nacional presidido por Fayez Al-Sarraj e reconhecido pela comunidade internacional, e o autoproclamado Exército Nacional líbio liderado pelo marechal Khalifa Haftar.
A Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (UNSMIL, sigla em inglês) e o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (HCDH) anunciaram que 282 mortos e 363 feridos, todos civis, foram documentados em 2019 na sequência do conflito armado na Líbia, ou seja um aumento de mais de um quarto relativamente aos dados registados durante o mesmo período do ano transato.
Os raides aéreos foram a principal causa de perdas de vidas humanas civis, fazendo 182 mortos e 212 feridos.
Seguiram também combates terrestres, com o uso de engenhos explosivos improvisados, raptos e homicídios, refere a nota.
-0- PANA BY/BEH/FK/DD 29dez2019