Conselho de Segurança adota resolução para cessar-fogo na Líbia
Tripoli, Líbia (PANA) - O Conselho de Segurança das Nações Unidas adotou, quarta-feira à noite, a resolução 2510 que apela para um cessar-fogo permanente na Líbia, a primeira mais de 10 meses após a ofensiva militar de Haftar contra Tripoli e várias reuniões infrutuosas da instância executiva onusina devido a divisões entre os países-membros.
Catorze países votaram a favor da resolução, enquanto a Rússia se absteve sobre o projeto iniciado pela Grã-Bretanha para a instauração de um cessar-fogo permanente na Líbia.
Lembre-se que uma trégua entrou em vigor desde 12 de janeiro último por iniciativa dos Presidentes russo, Vladimir Putin, e turco, Recep Tayyip Erdogan, mas que é regularmente violada, apesar de uma mediação em Moscovo e da Conferência de Berlim, realizada a 19 de janeiro último.
A resolução de quarta-feira saúda os resultados da Conferência de Berlim e as discussões realizadas sobre a Líbia durante a cimeira da União Africana (UA), em Addis Abeba (Etiópia).
A 33ª cimeira da UA, realizada de 9 a 10 de fevereiro último, na capital etíope, Addis Abeba, denunciou as ingerências estrangeiras na Líbia, propôs o princípio do envio de observadores militares para controlar o cessar-fogo precedidos do envio de uma missão de exploração.
Propôs igualmente a organização de uma conferência de reconciliação inclusiva, na Líbia, e uma maior cooperação com as Nações Unidas nos esforços da busca de uma solução à crise na Líbia.
A conferência de Berlim sublinhou o compromisso dos países participantes de alto nível de respeitar o embargo de armas e cessar qualquer ato suscetível de aumentar a tensão ou provocar a escalada militar, exortando os beligerantes a respeitar a trégua antes de um cessar-fogo permanente.
A resolução do Conselho de Segurança também apela aos Estados para cessar de apoiar e para retirar mercenários armados da Líbia e abster-se de ingerir-se no conflito.
Os membros do Conselho de Segurança exigem que todos os países cessem de fornecer apoio militar a todas as partes e respeitem a decisão de proibir as armas na Líbia.
A resolução do Conselho de Segurança sublinha que o Comité de Sanções projeta designar indivíduos ou entidades que violam o embargo de armas imposto à Líbia.
Por outro lado, condena o bloqueio imposto recentemente pelas forças rebeldes do marechal Khalifa Haftar às instalações de petróleo, e afirma que os recursos petrolíferos pertencem a todos os Líbios.
O Conselho de Segurança sublinha a necessidade de preservar a riqueza petrolífera da Líbia e de continuar exclusivamente sob o controlo da Companhia Nacional Líbia de Petróleo (NOC).
Desde 18 de janeiro último, as forças de Haftar encerraram os portos e os campos petrolíferos nas províncias do sul, do centro e do leste, provocando perdas de produção de mais de 800 mil barris por dia e 55 milhões de dólares americanos diariamente.
A adoção desta solução quase unanimemente traduz a vontade da comunidade internacional de encontrar uma solução política à crise na Líbia, segundo analistas.
-0- PANA BY/IS/FK/IZ 13fev2020