Agência Panafricana de Notícias

Congo perde mais de 12 biliões de francos CFA na indústria da madeira

Brazzaville, Congo (PANA) - As disfunções constatadas nos serviços da economia florestal, entre 2016 e 2017, provocaram ao Estado congolês uma perda de rendimentos de 12 biliões, 653 milhões, 136 mil e 205 francos CFA e um prejuízo de quatro biliões, 607 milhões, 88 mil e 755 francos CFA (um dólar americano equivale a 570 mil e 500 francos), revelou fonte oficial.

Segundo a Comissão de Verificação da Gestão das Receitas do Serviço de Controlo dos Produtos Florestais para a Exportação (SCPFE), criada em junho último, considera ter havido uma "pilhagem descarada" do recurso natural pelas empresas florestais com a cumplicidade ativa de agentes do Estado.

Confrontados com provas "irrefutáveis", os autores das infrações e os seus cúmplices, mencionados num relatório confidencial transmitido ao Presidente da República, teriam confessado as suas prevaricações, indicou em Brazzaville o controlador-geral de Estado interino, Jean Claude Yoka.

Yoka falava durante a cerimónia de lançamento da operação de recuperação dos montantes devidos ao Estado pelas empresas florestais patrocinadas por Florent Ntsiba, ministro de Estado, diretor de Gabinete do Presidente da República.

De acordo com Yoka, as investigações levadas a cabo desde há alguns meses permitiram "detetar provas irrefutáveis da existência de ações de fraude e de desvio maciças no setor da madeira". A fraude manifesta-se, entre outros, através da exportação sem atestação de mais de 20 mil metros cúbicos, o equivalente a 570 camiões.

Por sua vez, Ntsiba incentivou a Comissão a prosseguir o seu trabalho e a alargar o controlo e a recuperação para as empresas instaladas na parte norte do Congo.

"A infração de dissipação dos pagamentos regulares bem como a vontade das empresas florestais de autoisentar-se dos encargos financeiros relativos à sua atividade estão claramente determinadas", disse Ntsiba, indicando que "a presente cerimónia apenas constitui o início de um longo processo que levará a recuperar de modo paciente as receitas públicas até ao último centavo indevidamente detido pelos atores do setor".

-0- PANA MB/TBM/CJB/IZ 14out2018