Comunidade internacional insta Guiné a organizar julgamento sobre matanças de 2009
Conakry, Guiné (PANA) - Doze anos depois dos massacres e violações perpetrados no Estádio do 28 de setembro, em 2009, em Conakry, por elementos das forças de segurança contra as populações que se manifestavam contra qualquer tentativa da junta, na época, de querer estender a transição, a comunidade Internacional exorta a nova junta no poder, desde a 5 de setembro corrente para organizar o julgamento.
Num comunicado conjunto divulgado segunda-feira última, as Embaixadas dos Estados Unidos, da França e da União Europeia (UE) pediram à justiça guineense para esclarecer as mortes de 28 de setembro de 2009.
Elementos das forças armadas, sob a junta liderada pelo capitão Moussa Dadis Camara, exilado há mais de 10 anos no Burkina Faso, invadiram o estádio onde estavam concentrados vários milhares de adversários que denunciavam as intenções dos jovens oficiais que assumiram o poder no rescaldo da morte do então Presidente Lansana Conté, de querer eternizar-se à frente do país.
Segundo dados fornecidos ao final das investigações realizadas pelas Nações Unidas, mais de 150 pessoas foram mortas, 1.400 feridas e mais de 100 mulheres violadas por soldados.
Várias organizações internacionais dos direitos humanos, incluindo a Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH), a Amnistia Internacional, entre outras, realizam missões na Guiné desde 2010, data da acessão ao poder do depisto Presidente Alpha Condé, e discutiram com autoridades públicas que garantiram que um julgamento terá lugar.
Reunidos no seio de uma associação, os representantes das vítimas afirmaram recentemente, à margem das consultas nacionais organizadas pela nova junta, que esperam pela organização de um julgamento.
-0- PANA AC/JSG/SOC/MAR/DD 28setembro2021