Agência Panafricana de Notícias

Compaoré na Nigéria para avaliar negociações inter-guineenses

Ouagadougou- Burkina Faso (PANA) -- O Presidente burkinabe, Blaise Compaoré, medianeiro da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para a crise na Guiné-Conakry, desloca-se a Abuja, capital da Nigéria, esta segunda-feira para informar do início das negociações inter-guineenses ao presidente em exercício da organização sub-regional, o chefe de Estado nigeriano Umaru Moussa Yar'Adua, soube a PANA de fonte oficial em Ouagadougou.
Além do assunto sobre a crise guineense, Blaise Compaoré discutirá com o seu homólogo nigeriano a cooperação bilateral e outros assuntos da actualidade na sub-região, anunciou um comunicado da Presidência do Burkina Faso transmitido esta segunda-feira à PANA.
A 2 de Outubro último, o Presidente burkinabe foi nomeado medianeiro da crise política guineense pelos chefes de Estado dos países membros da CEDEAO.
Ele iniciou a sua tarefa de facilitador a 5 de Novembro ao receber primeiro as forças vivas da Guiné-Conakry (oposição, sindicatos e sociedade civil), e alguns dias depois os representantes da Junta no poder desde Dezembro de 2008 neste país.
Nestas primeiras negociações, a oposição guineense pediu a partida do capitão Moussa Dadis Camara do poder, a dissolução do Conselho Nacional para a Democracia e Desenvolvimento (CNDD, o órgão dirigente da Junta) e a instauração duma nova autoridade de transição encarregue de organizar as eleições presidenciais previstas para finais de Janeiro próximo.
A delegação que representa o poder sublinhou, por seu turno, que o capitão Dadis Camara estava disposto ao diálogo, excluindo a partida do poder da Junta.
A 28 de Setembro último, mais de 100 manifestantes no maior estádio de Conakry contra uma eventual candidatura do capitão Dadis Camara às eleições presidenciais de 31 de Janeiro de 2010 foram mortas depois de militares dispararem balas reais para dispersar o comício.
A União Europeia (UE), a ONU, a União Africana (UA) e a CEDEAO tomaram sanções contra os membros da Junta guineense, nomeadamente a interdição de viagem e o congelamento dos seus bens no estrangeiro.