Agência Panafricana de Notícias

Comissão de Reconciliação Nacional pessimista quanto ao futuro do Burkina Faso

Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - As crises se sucederam no Burkina Faso e as soluções propostas, anteriormente esperançosas para muitos Burkinabes, transformaram-se logo depois numa decepção e num pesadelo, devido à falta de vontade política para a sua implementação.

Estas declarações foram feitas terça-feira última em Ougadougou pelo presidente da Comissão de Reconciliação Nacional e Reformas (CRNR), o bispo Paul Ouédraogo, na abertura dos trabalhos atelié de reflexão sobre "crimes, injustiças e desigualdades sociais no Burkina Faso" cujo término está previsto para esta quarta-feira.

Por sua vez, o governador da Região Central, Joachim Somda, que presidiu à cerimônia de abertura deste encontro defendeu que "os resultados do vosso trabalho devem permitir reconciliar os Burkinabes com eles próprios, com sua justiça, com as suas diferentes administrações, com seus homens e mulheres políticas, bem como com as suas instituições".

A CRNR, criado no Burkina Faso pelo Governo de Transição no rescaldo do derrube, a 30 de outubro de 2014 por uma revolta popular, do então Presidente da República, Blase Compaoré, após 27 anos depoder absoluto, começou terça-feira, em Ouagadougou, a análise de dados recolhidos no terreno desde maio último.

De facto, em maio último, a Comissão lançou uma campanha de recolha de dados para um período de 10 dias a fim de reunir contribuições suscetíveis de lhe permitir atingir o seu objetivo.

Este primeiro atelié de reflexão dos membros da CRNR concerne aos crimes, injustiças e desigualdades sociais no Burkina Faso com o objetivo de fazer um diagnóstico mais abrangente dos mesmos no final da crise que sacudiu o país no final de outubro de 2014.

Esta crise, devida à ambição de Compaoré de se candidatar às eleições presidenciais de 2015, fez 30 mortos, culminando na sua fuga para fora do país.

-0- PANA NDT/BEH/DIM/DD 17junho2015