Agência Panafricana de Notícias

Combates prosseguem no Sudão do Sul

Cartum, Sudão (PANA) - Um relatório do gabinete da Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) no Sudão do Sul dá conta de um estado preocupante da situação do país depois de três dias de agitação onde várias pessoas teriam sido mortas, após o anúncio pelas autoridades de um golpe de Estado frustrado no início da semana.

O relatório precisa que os hospitais e os estabelecimentos sanitários da cidade inteira, incluindo a escola-hospital de Juba, teriam recebido centenas de pacientes incluindo "feridos a tiros, civis como militares".

Ele explicou que combates de arma pesada eclodiram em Juba, a 15 de dezembro, com bombardeamentos por todos os lados da cidade.

Ainda segundo a OCHA, os civis refugiaram-se em outros locais em Juba, como as igrejas, embora a intensidade dos combates tenha tornado difícil o acesso a estes abrigos.

As instituições sanitárias estavam cheias, indicou o relatório, enquanto o pessoal médico se esforçava por gerir a chegada maciça de pacientes.

"Material cirúrgico de emergência foi entregue aos hospitais, em previsão do crescimento do número de feridos à medida que os combates prosseguiam", segundo a OCHA,

Embora necessidades precisas não tenham sido exprimidas, as pessoas afetadas pela violência poderão precisar de cuidados médicos, água, abrigos, utensílios domésticos de base e de proteção, preveniu a agência especializada da ONU.

"Fora de Juba, combates esporâdicos foram igualmente assinalados em Jonglei. Na cidade de Pibor, tiros obrigaram a 16 de dezembro várias centenas de civis a refugiar-se na base da missão onusina", indica o comunicado.

O Presidente Salva Kiir afirmou segunda-feira que pessoas não identificadas atacaram uma unidade da Guarda Presidencial durante a reunião do comité diretor do Movimento de Libertação do Povo Sudanês (MLPS) no poder.

Ele indicou que dirigentes não presentes nesta reunião tentaram organizar um golpe de Estado que abortou.

O Presidente Kiir não citou nomeadamente o antigo Vice-Presidente, Riek Machar, muito crítico contra o chefe de Estado, embora faça parte das pessoas ausentes da reunião.

Machar, que negou qualquer implicação numa tentativa de golpe de Estado, está atualmente em fuga.

O Presidente Salva Kiir pertence à etnia Dinka, enquanto o susposto autor do golpe de Estado frustrado, Machar é da etnia Nuer.

São duas etnias rivais no Sudão do Sul, e qualquer confronto entre líderes saídos das duas comunidades pode facilmente estender-se ao mundo rural.

-0- PANA MO/MA/BSE/TBM/SOC/MAR/IZ 19dez2013