Colombiano Alex Saab em prisão domiciliar em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) – Um empresário colombiano, Alex Saab, detido em Cabo Verde, desde de 12 junho último, a pedido dos Estados Unidos, foi colocado, segunda-feira à tarde, em prisão domiciliar, conforme uma decisão do Tribunal da Relação do Barlavento (TRB), apurou a PANA de fonte segura.
A colocação do empresário em regime de prisão domiciliar, enquanto aguarda pelo seu julgamento ou sua extradição para os Estados Unidos, continuará a sua tramitação nos termos legais até a decisão final, segundo o Ministério Publico junto do TRB, com base no facto de já ter expirado o prazo legalmente fixado para a detenção provisória.
A saída de Alex Saab da prisão de Terra Boa, na ilha do Sal, onde se encontrava detido desde 12 junho último, aconteceu quatro dias depois da ordem do tribunal, tendo o empresário sido transferido para uma residência privada no sul daquela ilha que já vinha sendo preparada para o efeito.
No local, a segurança do local vai ser mantida por elementos do Corpo de Intervenção da Policia Nacional (PN) cabo-verdiana e também por elementos de segurança privada do detido.
Com a saída de Saab da prisão, chega ao fim a novela que se desenrolava desde quinta-feira última, quando o TRB, respondendo a uma promoção da PGR, decidiu alterar a medida de coação do detido de prisão efetiva para uma prisão domiciliar.
O Tribunal da Justiça da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) tinha ordenado a Cabo Verde que colocasse em prisão domiciliária o empresário colombiano Alex Saab, um alegado testa de ferro do Presidente venezuelano, Nicolas Maduro, em vez de o manter em prisão preventiva.
O empresário, apresentado como um enviado especial do Governo venezuelano, foi capturado a 12 de junho último pela Interpol (Polícia Internacional) e por autoridades cabo-verdianas, durante uma escala técnica na ilha do Sal, com base num mandado de captura internacional emitido pelos Estados Unidos.
A detenção foi classificada pelo Governo da Venezuela como “arbitrária” e uma “violação do direito e das normas internacionais” e "ações de agressão e cerco contra o povo venezuelano" pelo Governo dos Estados Unidos.
Depois de detido em Cabo Verde, o empresário, que possui também a nacionalidade venezuelana, foi nomeado pelo Governo do mesmo país embaixador adjunto da Venezuela junto da União Africana (UA).
Saab estava a ser procurado por autoridades norte-americanas, há vários anos, por suspeitas de acumular "numerosos contratos, de origem ilegal, com o Governo venezuelano de Nicolás Maduro."
Em 2019, procuradores federais em Miami (Estados Unidos) indiciaram Alex Saab e um seu sócio, por acusações de operações de branqueamento de capitais, relacionadas com um suposto esquema de suborno para desenvolver moradias de baixa renda para o Governo venezuelano, que, segunda a acusacão, nunca foram construídas.
-0- PANA CS/DD 26jan2021