Coligação denuncia exclusão na Mauritânia
Nouakchott, Mauritânia (PANA) - A Coligação Vivre Ensemble (CVE-Movimento negro-africano), que apoiou a candidatura de Kane Hamidou Baba às eleições presidenciais mauritanas de 18 de junho de 2019, advertiu contra a multiplicação de sinais e medidas de exclusão que visam as populações negras do país, num comunicado divulgado quinta-feira.
A coligação aponta para "fatores de ressentimento, de exclusão e de aviltamento do estatuto de cidadãos de segunda classe, que se multiplicam contra uma certa categoria de Mauritanos".
"Na verdade, logo após o caso do recrutamento de cem oficiais do exército, todos do mesmo grupo étnico, outro aponta o nariz para o lado dos costumes, dando a impressão de que nos corpos constituídos, haveria uma lei que o pai sucederia aos filhos, como se esses corpos fossem a caça, ou uma herança".
A declaração lembra também "os maus cheiros" da recente controvérsia sobre o uso do francês na Assembleia Nacional, que mal se dissiparam, e agora outro caso de recrutamento de pessoas do mesmo grupo étnico veio à tona: a empresa britânica PETROLUM (BP) que concede bolsas de estudo a estudantes da mesma origem nacional".
A BP está associada à KOSMOS ENERGY para a exploração do gás do campo transfronteiriço offshore Grand Tortoise/Ahmeyim (GTA), comum à Mauritânia e ao Senegal, cujo início está previsto para 2022.
A declaração também lembra que todas as principais instituições do país são chefiadas por indivíduos da mesma componente étnica "uma ruptura com a semblante do consenso até então".
A CVE anuncia uma marcha contra a exclusão no próximo mês de abril.
-0- PANA SAS/BEH/CJB/IZ 13fev2020