PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Civis da controversa região sudanesa de Abyei desesperados
Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) – Dezenas de milhares de civis na região disputada de Abyei no Sul-Sudão vivem em condições desesperadas em campos instalados com pressa ou conchegados em casas de parentes, submetidos ao racionamento da água e de alimentos, informou segunda-feira a Amnistia (ONU) para reforçar a segurança a fim de permitir aos civis isolados regressarem à casa mais de seis meses após o início dos combates.
Segundo a AI, mais de 100 mil pessoas, quase toda a população local, foram deslocadas pelas violências no mês de maio último.
A presença constante de forças armadas e de milícias e o perigo representado pelas minas terrestres impedem estes seres humanos de regressarem às suas casas.
A maioria das pessoas deslocadas pelos combates dependem doravante das organizações humanitárias internacionais para se abrigar, se alimentar, receber água e cuidados médicos, segundo o comunicado.
"Conseguimos com dificuldades comer e nada mais. Não sei que aconteceu com a nossa casa. Não podemos regressar lá enquanto o Exército estiver là", disse à AI Angelina Aguir, uma mãe de dois filhos de tenra idade, instalada num campo na aldeia de Mayen Abun.
Donatella Rovera, conselheira sobre a reação às crises da AI deslocou-se a Abyei em finais de novembro último no quadro da primeira visita duma organização internacional a esta região, desde o mês de maio de 2011.
"O exército sudanês e as milícias armadas afugentaram quase toda a população de Abyei e incendiaram as casas para a impedír de regressar. As casas calcinadas e as paredes dos prédios pilhados testemunham os horrores cometidos em Abyei, que é doravante uma cidade fantasma. Tudo que tinha valor foi pilhado, incluindo escritórios de organizações humanitárias. Os únicos vestígios de vida são os soldados e os capacetes azuis da ONU", indicou.
De acordo com a AI, o que aconteceu em Abyei não foi objeto de investigações adequadas.
Ela convidou consequentemente a ONU a fazer com que um inquérito correto seja levado a cabo e que seja igualmente comunicada qualquer informação recolhida pela missão das Nações Unidas desdobrada neste momento em Abyei ou por qualquer outra organização onusina durante e após os combates.
Preconizou iguigualmente o desdobramento pelas Nações Unidas de agentes encarregues de velar pelo respeito pelos direitos humanos.
Os receios para a sua segurança impediram organizações internacionais de regressarem a Abyei, o que torna ainda mais difícil o regresso dos residentes deslocados que perderam as suas casas e os seus campos e que precisam desesperadamente de uma ajuda para se recontruir.
Por outro lado, Amnesty International indicou que durante as violências e as destruições em Abyei em maio último, os capacetes azuis não reagiram de modo a prevenir estes ataques.
A organização citou um ex-membro da Missão da ONU no Sudão (UNMIS) que disse que o seu comportamento se devia a uma decisão de não se comprometer militarmente com as Forças Armadas Sudanesas (SAF) pois, frisou, elas estão melhor equipadas.
Uma nova força de manutenção da paz, Força de Segurança Interina das Nações Unidas para Abyei (UNISFA), está presente nesta região desde o mês de julho último com o mandato de proteger os civis até 27 de dezembro corrente.
O estatuto de Abyei permanece muito controverso,e porque o Sudão e o Sudão-Sul consideram cada um esta região como fazendo parte do seu território e tentam consolidar o seu controlo nesta região.
Um referendo para determinar o futuro de Abyei estava previsto para o mês de janeiro mas foi adiado para uma data indeterminada devido a desacordos sobre o direito de voto dos dois principais grupos étnicos, designadamente os Dinka Ngok do sul e os Misserya semi-nómades do norte, indica-se.
-0- PANA SEG/FJG/JSG/CJB/DD 20dez2011
Segundo a AI, mais de 100 mil pessoas, quase toda a população local, foram deslocadas pelas violências no mês de maio último.
A presença constante de forças armadas e de milícias e o perigo representado pelas minas terrestres impedem estes seres humanos de regressarem às suas casas.
A maioria das pessoas deslocadas pelos combates dependem doravante das organizações humanitárias internacionais para se abrigar, se alimentar, receber água e cuidados médicos, segundo o comunicado.
"Conseguimos com dificuldades comer e nada mais. Não sei que aconteceu com a nossa casa. Não podemos regressar lá enquanto o Exército estiver là", disse à AI Angelina Aguir, uma mãe de dois filhos de tenra idade, instalada num campo na aldeia de Mayen Abun.
Donatella Rovera, conselheira sobre a reação às crises da AI deslocou-se a Abyei em finais de novembro último no quadro da primeira visita duma organização internacional a esta região, desde o mês de maio de 2011.
"O exército sudanês e as milícias armadas afugentaram quase toda a população de Abyei e incendiaram as casas para a impedír de regressar. As casas calcinadas e as paredes dos prédios pilhados testemunham os horrores cometidos em Abyei, que é doravante uma cidade fantasma. Tudo que tinha valor foi pilhado, incluindo escritórios de organizações humanitárias. Os únicos vestígios de vida são os soldados e os capacetes azuis da ONU", indicou.
De acordo com a AI, o que aconteceu em Abyei não foi objeto de investigações adequadas.
Ela convidou consequentemente a ONU a fazer com que um inquérito correto seja levado a cabo e que seja igualmente comunicada qualquer informação recolhida pela missão das Nações Unidas desdobrada neste momento em Abyei ou por qualquer outra organização onusina durante e após os combates.
Preconizou iguigualmente o desdobramento pelas Nações Unidas de agentes encarregues de velar pelo respeito pelos direitos humanos.
Os receios para a sua segurança impediram organizações internacionais de regressarem a Abyei, o que torna ainda mais difícil o regresso dos residentes deslocados que perderam as suas casas e os seus campos e que precisam desesperadamente de uma ajuda para se recontruir.
Por outro lado, Amnesty International indicou que durante as violências e as destruições em Abyei em maio último, os capacetes azuis não reagiram de modo a prevenir estes ataques.
A organização citou um ex-membro da Missão da ONU no Sudão (UNMIS) que disse que o seu comportamento se devia a uma decisão de não se comprometer militarmente com as Forças Armadas Sudanesas (SAF) pois, frisou, elas estão melhor equipadas.
Uma nova força de manutenção da paz, Força de Segurança Interina das Nações Unidas para Abyei (UNISFA), está presente nesta região desde o mês de julho último com o mandato de proteger os civis até 27 de dezembro corrente.
O estatuto de Abyei permanece muito controverso,e porque o Sudão e o Sudão-Sul consideram cada um esta região como fazendo parte do seu território e tentam consolidar o seu controlo nesta região.
Um referendo para determinar o futuro de Abyei estava previsto para o mês de janeiro mas foi adiado para uma data indeterminada devido a desacordos sobre o direito de voto dos dois principais grupos étnicos, designadamente os Dinka Ngok do sul e os Misserya semi-nómades do norte, indica-se.
-0- PANA SEG/FJG/JSG/CJB/DD 20dez2011