Cinco candidatos formalizam candidaturas a Presidente da República em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) – O número de aspirantes ao cargo de Presidente da República de Cabo Verde, nas eleições de 17 de outubro próximo, aumentou para cinco, com a formalização terça-feira das candidatura do advogado Hélio Sanches e do cirurgião Gilson Alves, apurou a PANA de fonte oficial.
As duas candidaturas foram entregues praticamente à mesma hora no Tribunal Constitucional (TC), na cidade da Praia, no penúltimo dia estabelecido para o efeito.
Segundo o calendário eleitoral, as candidaturas presidenciais devem ser formalizadas junto do TC até 60 dias antes do escrutínio, ou seja, até 18 de agosto.
O advogado Hélio Sanches, antigo deputado nacional do Movimento para a Democracia (MpD, no poder), foi o primeiro a manifestar disponibilidade para se candidatar ao cargo, mas não conta com apoio de nenhum partido político.
“Nós temos o principal apoio que é dos cidadãos cabo-verdianos”, salientou o seu mandatário, Edson Ribeiro, esperando que os outros candidatos apoiados por partidos políticos não passem “mensagens enganadoras”.
Afirmou que as eleições presidenciais não são e não podem ser vistas como extensões das legislativas ou para alguém glorificar o que fez quando esteve no poder.
Mesmo sem apoio partidário, e mesmo sabendo que ao longo da história todos os Presidentes da República de Cabo Verde eleitos tiveram apoio partidário, o representante mostra-se confiante na vitória nas eleições.
“São candidatos que já deram tudo o que tinham para dar ao país, já estão esgotados e agora precisamos de projetos novos, novos protagonistas, pessoas com visão diferente”, sugeriu.
Edson Ribeiro fazia referência aos antigos primeiros-ministros José Maria Neves (2001–2016), apoiado pelo Partido Africano da Independência de Cabo Vede (PAICV, oposição), e Carlos Veiga (1991–2000), apoiado pelo MpD e pela União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição).
A candidatura do cirurgião Gilson João Alves, 39 anos, foi depositada no TC pelo seu mandatário pela ilha de Santiago, Edmilson Aguiar, que disse que o objetivo é trazer uma política jovem, apoiar os mais jovens e os bairros periféricos do país.
Esta candidatura presidencial não tem também, até agora, qualquer apoio partidário, segundo o mandatário, augurando que qualquer um que venha a vencer as eleições faça “o melhor para Cabo Verde”.
Além de Hélio Sanches, Gilson João Alves, Carlos Veiga e José Maria Neves, também formalizou a candidatura presidencial segunda-feira o engenheiro naval e mestre em Direito Marítimo e Comércio Internacional, Fernando Rocha Delgado.
A campanha eleitoral decorre entre as 00:00 de 30 de setembro e as 23:59 de 15 de outubro e, em caso de uma segunda volta, esta vai acontecer em 31 do mesmo mês.
De acordo com a Constituição de Cabo Verde, o Presidente da República é eleito por sufrágio universal e direto pelos cidadãos eleitores recenseados no território nacional e no estrangeiro.
Só pode ser eleito Presidente da República o cidadão “cabo-verdiano de origem, que não possua outra nacionalidade”, maior de 35 anos à data da candidatura e que, nos três anos “imediatamente anteriores àquela data tenha tido residência permanente no território nacional”.
Cabo Verde já teve quatro Presidentes da República desde a independência de Portugal em 1975, sendo o primeiro o já falecido Aristides Pereira (1975-1991) e por eleição indireta, seguido do também já falecido António Mascarenhas Monteiro (1991–2001).
O primeiro Presidente por eleição direta, em 2001, foi Pedro Pires e 10 anos depois Jorge Carlos Fonseca.
As últimas presidenciais, em Cabo Verde, que reconduziram o constitucionalista Jorge Carlos Fonseca como Presidente da República, realizaram-se em 02 de outubro de 2016 (eleição à primeira volta, com 74% dos votos).
-0- PANA CS/IZ 18ago2021