Agência Panafricana de Notícias

Cimeira da ONU promete apoio à transição líbia

Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) – Uma cimeira de apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) à Líbia aprovou quarta-feira o plano de transição das novas autoridades deste país e prometeu mais apoio para o ajudar a instaurar um Estado de direito, respeitar os direitos humanos e promover o relançamento económico e a segurança pública.

Mais de 50 chefes de Estado e de Governo participaram nesta reunião convocada pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, à margem da 66ª sessão da Assembleia Geral.

Estavam igualmente presentes responsáveis do Conselho Nacional de Transição (CNT) na Líbia, que se tornou na autoridade interina do país.

Num comunicado divulgado no termo desta reunião, os participantes felicitaram o povo líbio por ter lutado com heroísmo pelo respeito pelos direitos fundamentais, pelo Estado de direito, pela dignidade e pela liberdade de expressão.

Eles exprimiram igualmente o seu apoio ao plano do CNT para o período de transição e prometeram mobilizar um apoio internacional em domínios como a organização de eleições, a elaboração duma Constituição, o respeito pelos direitos humanos, a segurança, a condição feminina e o relançamento económico.

Os participantes convidaram o CNT a « formar rapidamente um Governo inclusivo que reflita toda a diversidade da sociedade líbia com vista a construir uma Líbia nova, unificada, democrática e pluralista onde os direitos humanos, as liberdades fundamentais e a justiça sejam garantidos ».

Os chefes de Estado e de Governo instaram igualmente as autoridades líbias a respeitar plenamente os seus compromissos em relação ao direito humanitário internacional e aos direitos humanos no quadro do processo de transição e proteger os direitos de todas as minorias, incluindo os dos trabalhadores imigrantes da África Subsariana.

Eles sublinharam igualmente que as Nações Unidas e o Conselho de Segurança deverão orientar os esforços da comunidade internacional de apoio à transição, deixando a Líbia conduzindo o processo de transição.

No seu discurso, Ban Ki-moon congratulou-se com a instalação duma nova bandeira para a Líbia que flutua doravante no pátio da sede da ONU em Nova Iorque entre as de outros Estados membros.

« Apresentamos as nossas felicitações ao CNT e desejamos-lhe um futuro melhor », declarou Ki-moon, acrescentando que « nestes últimos sete meses, lutaram corajosamente pelos vossos direitos e pelas vossas liberdades fundamentais ».

O Secretário-Geral da ONU frisou contudo que os desafios continuam grandes para a Líbia, ao declarar que « a primeira prioridade deve ser a de instaurar a paz e a segurança no país ».

« Mas, estamos encorajados por vermos que muitas as comunidades tdepuseram as armas e trabalham juntos para a construção da sua nação. Convidamos os que ainda não o fizeram a juntarem-se a eles », acrescentou Ban Ki-moon.

Por sua vez, o presidente do CNT, Mustapha Abdel Jalil, declarou à assembleia que os principais problemas a resolver a curto prazo são eliminar os últimos bolsos da resistência pró- Kadafi (ex-líder líbio derrubado em agosto último após 42 anos de poder), proceder à reconstrução e indenizar as famílias enlutadas durante os meses de conflito.

Jelil declarou apreciar o apoio dos Estados membros da ONU, qualificando-o de « testemunho do interesse da comunidade internacional pelo êxito dos esforços líbios para construir uma nação democrática e próspera ».

Um grupo dos « Amigos da Líbia », co-presidido pelas autoridades interinas líbias e pelo chefe da Missão de Apoio das Nações Undias à Líbia (UNSMIL), Ian Martin, vai reunir-se periodicamente em Tripoli (a capital líbia), para corroborar os esforços de estabilização e de reconstrução.

-0- PANA AA/SEG/FJG/TBM/SOC/MAR/DD 22set2011